Durante o inverno, a pele negra enfrenta desafios específicos que exigem atenção e cuidados diferenciados. Devido à redução na ingestão de água e à exposição ao clima frio, é comum que a pele se torne mais seca e suscetível a problemas como a descamação e o ressecamento.
Trazer esse tema à tona é fundamental para promover a conscientização e a educação sobre os cuidados necessários com a pele negra, especialmente durante o inverno. Por muitos anos, a falta de informações precisas e a perpetuação de ideias equivocadas levaram a práticas inadequadas, comprometendo a saúde e a aparência da pele.
Abordar essa questão com seriedade e informação correta ajuda a desmistificar preconceitos e proporciona às pessoas ferramentas eficazes para manter a pele saudável e bonita, independentemente da estação do ano. A biomédica Jéssica Magalhães, especialista em cuidados com a pele negra, enfatiza a importância de desmistificar esses conceitos e adotar uma rotina de cuidados eficaz. “Durante anos, ouvimos que a pele negra não precisava de cuidados especiais no inverno, o que não é verdade. A pele negra, como qualquer outra, sofre com o ressecamento e precisa de uma rotina de hidratação adequada”, afirma Jéssica.
O maior desafio para a pele preta no inverno é o ressecamento. “Costumamos beber menos água, o que já não é bom, e o tempo frio ainda contribui para que a pele fique ainda mais seca. Aí apresentamos pele do corpo acinzentada, boca partida e rosto descamando. Para manter a pele salva e bonita nesse período, temos que estar mais atentos ao quanto de água bebemos no dia e mudar para uma rotina mais hidratante”, reforça a biomédica.
Manter uma rotina de cuidados específica para esse tipo de pele durante a estação fria é crucial, pois, embora não haja mudanças expressivas nas tonalidades, há alterações nas características de produção de sebo e nos hábitos de vida. Focar nas necessidades da pele negra permite manter a saúde e integridade, além dos benefícios estéticos de uma pele mais uniforme e luminosa.
Tão importante quanto os cuidados, é desmistificar alguns mitos comuns, como “dizer que não precisamos de protetor solar porque o sol está frio”. De acordo com a biomédica, isso é um equívoco. “O protetor é necessário em qualquer época do ano, pois, ainda que a radiação solar mude, ela continua presente e os danos que causa também. Outro mito é que usar óleo é melhor do que hidratante. O óleo pode formar uma película para evitar a evaporação da água, mas só o hidratante consegue atrair e manter a água na pele. Podemos até associar os dois, mas o óleo não pode ser utilizado sozinho”, esclarece.
Além dos produtos específicos, algumas práticas são benéficas para manter a pele saudável e radiante durante o inverno. “Evitar ficar muito próximo de fogueiras, aumentar a ingestão de água, consumir álcool com moderação e manter uma dieta rica em frutas e verduras são hábitos essenciais. Precisamos de nutrientes para a pele”, aconselha Jéssica.
A falta de informação ou a adoção de práticas inadequadas de cuidados com a pele no inverno pode ter consequências negativas significativas. “O que mais vemos é o extremo ressecamento da pele, indo muito além da estética. A pele ressecada pode apresentar rachaduras e pequenas lesões que deixam manchas e são porta de entrada para infecções. Por isso, é tão importante modificar os cuidados nesse período”, finaliza a biomédica.