Thiago Torres, mais conhecido como Chavoso da USP, foi condenado a dez meses e quinze dias de prisão em regime aberto ou prestação de serviços comunitários e multas, indenizações e custos que chegam a R$ 20 mil após processo movido pelo ex-prefeito de Guarulhos, Guti (PSD), que se sentiu melindrado por ter sido criticado após ter demitido 5 mil trabalhadores com o fechamento da PROGUARU, empresa que foi privatizada mesmo sendo promessa do então prefeito que não o faria.
A sentença configura uma clara censura, mas não foi surpresa, visto que o judiciário é historicamente anuente com ideologias neoliberais. A responsável pela emissão da decisão foi a juíza Patrícia Padilha, da 3a Vara Criminal do Fórum da Comarca de Guarulhos.
Thiago publicou um vídeo contra o prefeito em meio a uma onda de greves e protestos dos trabalhadores contra o fechamento da empresa. “Depois desse processo rolar pelos últimos três anos e da juíza ter colocado ele em segredo de justiça durante as eleições, impedindo que eu falasse publicamente sobre ele, agora ela me condenou”, conta.
A sentença foi por difamação e injúria, apesar do prefeito ter processo Thiago por calúnia e injúria. A pena envolve o pagamento de R$ 15 mil em indenização e uma multa de R$ 3 mil. Thiago afirma ter gastado R$ 2 mil com os custos do processo.
Como é comum entre simpatizantes da extrema-direita, Guti alegou que o fechamento da Proguaru seria benéfico para os trabalhadores. “Com a iminente falência da empresa, a extinção nesse momento visa a garantia dos direitos a todos os trabalhadores”, disse a prefeitura em nota.
O fechamento da empresa foi diretamente contra o que Guti prometeu. “Me dirijo especialmente a você, servidor da Proguaru. Existe um tabloide recém-criado na cidade que adora criar fake news. E criou mais uma mentira: que a gente quer privatizar, negociar, vender, fechar a Proguaru. Não existe nada disso!”, disse Guti, em um vídeo publicado em 2021.