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As dificuldades do asilo para pessoas LGBTQIA+; como funciona o processo em outros países

“Eu fugi do Brasil porque minha vida estava em risco. Foram anos de incerteza, mas agora posso dizer que estou segura.” — Suellen Carey.
O pedido de asilo para pessoas LGBTQIA+ em outros países é um processo complexo

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O pedido de asilo para pessoas LGBTQIA+ em outros países é um processo complexo e, muitas vezes, desgastante. Para ser aceito, o solicitante precisa comprovar que enfrenta perseguição, violência ou discriminação grave em seu país de origem devido à sua identidade de género ou orientação sexual. Em muitos casos, as provas exigidas são extensas e invasivas, o que pode dificultar a obtenção do status de refugiado. Além disso, o processo pode levar anos, envolvendo entrevistas detalhadas, documentação de histórico de perseguição e a necessidade de apoio legal especializado. Para pessoas trans, as dificuldades podem ser ainda maiores, pois muitos países não reconhecem sua identidade de gênero oficialmente, dificultando ainda mais o acesso a direitos e proteções.

Suellen Carey, de 36 anos, é uma das brasileiras que enfrentou esse processo e agora celebra uma nova fase: conseguiu oficialmente seu visto para permanecer no Reino Unido. A influenciadora trans, que se tornou conhecida por seu trabalho como sósia de Mariah Carey e por sua presença forte nas redes sociais, passou por um longo e difícil caminho até ter sua permanência garantida.

A mineira de Belo Horizonte deixou o Brasil em 2015 após sofrer violência e ameaças devido à sua identidade de gênero. “Eu vivi no medo por muito tempo. Não dava mais para continuar lá, então resolvi arriscar e buscar um futuro melhor em outro país”, conta. Antes de se estabelecer na Inglaterra, passou por Alemanha, França e Espanha, mas foi em Londres que encontrou seu lugar definitivo. Como muitas pessoas LGBTQIA+ que solicitam asilo, Suellen precisou reunir provas concretas sobre sua situação no Brasil, um processo que envolve apresentar depoimentos, registros de ameaças e até laudos psicológicos para comprovar o impacto das violências sofridas.

Após anos de incerteza, a aprovação do pedido de asilo representou um alívio. Para comemorar, Suellen publicou um vídeo nas redes sociais exibindo seu visto e desabafando sobre os desafios enfrentados. “Em 2019, fui denunciada e quase deportada. Em 2021, sofri uma ameaça que me tirou tudo. Mas Deus me sustentou e, hoje, Ele me honra diante de quem tentou me derrubar”, declarou. Em um post emocionado, ela relembrou as dificuldades e ressaltou sua fé. “O que parecia ser o meu fim era, na verdade, o começo de algo muito maior. Cada dor, cada perda, cada injustiça que sofri foi transformada em testemunho.”

O asilo para pessoas LGBTQIA+ é um direito garantido em diversos países, mas a taxa de rejeição ainda é alta. Muitos solicitantes enfrentam preconceito até mesmo no país de acolhida e precisam lidar com processos burocráticos demorados. No Reino Unido, por exemplo, as entrevistas para avaliação do pedido podem ser invasivas e exigir que o solicitante reviva traumas passados. Em alguns casos, autoridades questionam a veracidade da identidade de gênero ou da orientação sexual da pessoa, dificultando ainda mais o reconhecimento da necessidade de proteção.

Mesmo com as dificuldades, Suellen conseguiu se estabelecer em Londres. Ficou conhecida como sósia de Mariah Carey e ganhou espaço no mercado publicitário. “Ninguém acreditava que uma mulher trans, imigrante e brasileira poderia chegar a esse nível aqui. Mas eu provei que era possível”, celebra. Em outubro de 2024, Suellen virou rosto da marca de joias Charm & Ricordi, destacando a importância da representatividade trans no mercado. Outro momento marcante de sua jornada foi em 2023, quando decidiu se casar consigo mesma, em um ato de amor-próprio. “Quis mostrar que não precisamos de validação externa para nos sentirmos completas.” Quase um ano depois, anunciou o “divórcio” simbólico. “Até mesmo um casamento com nós mesmos tem desafios”, brinca.

Agora, com o visto garantido, Suellen comemora a nova etapa e reforça sua fé. “Em 2025, Lili cantou para mim, e agora, com meu visto oficial em mãos, só posso dizer que foi Deus e Jesus que me entregaram essa vitória! Ele sempre cumpre Suas promessas, e eu sou prova viva disso.”

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Última atualização em: 20 de março de 2025 às 12:22

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