O colapso de uma grande represa no estado de Borno, na Nigéria, na terça-feira causou algumas das piores enchentes do estado desde que a mesma represa colapsou há 30 anos, e levou muitos moradores a fugirem de suas casas. O governo estadual disse que a represa estava no limite de sua capacidade devido as chuvas fortes da semana anterior.
A inundação atual ocorre quase dois anos depois da pior inundação da Nigéria em uma década, que matou mais de 600 pessoas em todo o país.
Cerca de 15% de Maiduguri, capital do estado de Borno, estava submersa, disse o porta-voz da polícia estadual, Nahum Daso, à Associated Press na terça-feira.
Ezekiel Manzo, porta-voz da Agência Nacional de Gestão de Emergências, disse na quarta-feira que o número de mortos é de 30.
“Um milhão de pessoas foram afetadas até agora”, disse um assessor do governador de Borno, acrescentando que, à medida que os esforços para documentar as pessoas deslocadas começam, esse número pode aumentar para até 2 milhões.
Moradores de Maiduguri disseram que a comida ficou cara desde que o mercado central foi destruído durante a enchente. Também há temores contínuos de vida selvagem depois que a enchente destruiu parcialmente um zoológico local e vários animais escaparam.
Mary Mamza, moradora de Maiduguri, disse que as pessoas estão com medo de sair de casa depois que um crocodilo fugitivo foi morto perto de sua casa hoje mais cedo.
Esses medos surgem enquanto a África Ocidental tem sofrido algumas de suas piores enchentes em décadas. Mais de 2,3 milhões de pessoas foram afetadas por enchentes até agora neste ano, o que é um aumento de três vezes em relação ao ano passado, de acordo com a ONU.
Os países africanos estão perdendo até 5% do seu PIB a cada ano, pois suportam um fardo maior do que o resto do mundo devido às mudanças climáticas, segundo um novo relatório divulgado na segunda-feira, após um dos anos mais quentes já registrados no continente.
A Organização Meteorológica Mundial disse que muitas nações africanas estão gastando até 9% de seus orçamentos em políticas de adaptação climática.
O assessor do governador enfatizou que as operações de resgate ainda estavam em andamento e que as pessoas desabrigadas pelas enchentes estavam se reunindo em um antigo campo de refugiados fora da zona de inundação.
Fonte: AP
