A família do lendário Malcolm X, militante dos direitos civis, que foi assassinado há quase 60 anos, entrou com uma ação nesta sexta-feira (15) na Justiça federal dos EUA pedindo US$ 100 milhões de indenização pelo assassinato do ativista.
O processo, movido pela filha de Malcolm X, Ilyasah Shabazz, e outros membros da família, acusam o FBI, a CIA e o Departamento de Polícia de Nova York de permitir que o assassinato acontecesse. Para os familiares, a polícia ocultou evidências da ciência das instituições sobre os planos para matá-lo. “Acreditamos que todos eles conspiraram para assassinar Malcolm X, um dos maiores pensadores do século XX”, disse Ben Crump, advogado de direitos civis que representa a família, em uma entrevista coletiva.
O FBI e a CIA não responderam imediatamente aos pedidos de comentários feitos pela Reuters e CNN.
Malcolm X se tornou conhecido mundialmente por lutar ferozmente pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, com sua voz ecoando para além das fronteiras norte-americanas. Como porta-voz nacional da Nação do Islã (NOI), um grupo muçulmano afro-americano que defendia o separatismo negro, foi considerado um radical pelas instituições estadunidenses. Após rompimento com o grupo em 1964, X passou a se oferecer mais ao diálogo, revendo algumas posições sobre separatismo racial, irritando lideranças da Nação do Islã, o que culminou na sua morte.
Talmadge Hayer, então membro da Nação do Islã, confessou no tribunal ser um dos três assassinos. No entanto, desde o assassinato, há especulações da participação ou anuência no plano de matar Malcolm X.
Em 21 de fevereiro de 1965, enquanto se preparava para falar no Audubon Ballroom de Nova York, X foi fuzilado, morrendo na presença da esposa e da filha Ilyasah Shabazz , que tinha apenas dois anos de idade na época.
A história de Malcolm foi brilhantemente contada na cinebiografia homônima de 1992 dirigida por Spike Lee e estrelada por Denzel Washington.