Nos últimos anos, movimentos como o “body positive” tem gerado uma maior aceitação de corpos diversos, refletindo em uma constante crescente do mercado de moda plus size. De acordo com o relatório “Mercado de roupas plus size: análise e previsão da indústria global (2024-2030)” da Maximaze Market Reseach, o mercado global de roupas plus foi avaliado em US$ 518,14 bilhões em 2023, com tendência de crescer 5,7% de 2024 a 2030, atingindo quase US$ 763,79 bilhões.
Essa conscientização acerca do respeito e valorização de diferentes padrões de beleza vem principalmente de movimentos que visam pressionar a indústria da moda a ser mais inclusiva. Apesar de ser relevante todos os dias, o movimento ganha mais força no próximo dia 10, o Dia da Luta Contra a Gordofobia, data muito relevante para o ativismo gordo. Visando uma maior conscientização social, esse dia chama a atenção para a importância do respeito e acende debates sobre acessibilidade e direitos das pessoas gordas, muitas vezes negligenciados.
Assim, o surgimento de um empreendedorismo pautado em diversidade é essencial para a construção de mercados que realmente atendam públicos segmentados. Este é o caso da Afrocentrados Colab, loja colaborativa e a primeira Agência de Modelos Plus Size do Nordeste. Fundada pela empreendedora Cynthia Paixão, a iniciativa apoia diversos programas voltados para um desenvolvimento social inclusivo.
Ao oferecer peças de roupa que celebram a diversidade e estimulam o empoderamento de corpos plurais, a Afrocentrados se coloca como precursora do movimento. “No nosso espaço colaborativo, exigimos dos nossos empreendedores que vistam todos os corpos. Muitas das peças de moda que temos trazem essa inclusão. Não só defendemos a estética afro, em questão de estilo, mas também em tamanho”, destaca Cynthia.
Atualmente, 60% do público da Afrocentrados é plus size, dado que mostra como a defesa da causa tem sido relevante. A loja se configura como um lugar de apoio, fator que também inclui a militância contra a gordofobia. “A gente também traz como defesa minha própria imagem. Meu corpo é gordo, então eu trato também como uma forma de militância, de liberdade e de me vestir trazendo a importância de entrar em um shopping e encontrar roupas que nos caibam. Roupas que não caibam só no tamanho, mas em identidade”, reforça a empreendedora.
O crescimento do número de empreendimentos que atendem públicos antes esquecidos se dá principalmente pela falta de opções no mercado tradicional. Desse modo, muitas vezes os empreendedores usam suas próprias experiências para construir marcas inclusivas, fator relevante para um serviço direcionado mais qualificado. “Há seis anos eu estava dentro desse nicho antigordofobia e melhorou muito esse aspecto de roupas maiores. Na Afrocentrados, temos o objetivo de fazer as pessoas se identificarem e saberem que podem se vestir com a marca”, completa Cynthia.