O novo disco de Eminem e a mediocridade no topo das paradas

O novo disco de Eminem e a Mediocridade no Topo das Paradas

Com 281 mil cópias vendidas na primeira semana, The Death Of Slim Shady foi abraçado pelos fãs de Eminem e estreou no topo da Bilboard 200, se tornando o segundo álbum mais vendido do ano na primeira semana até a data de seu lançamento, enquanto o primeiro lugar pertence a Taylor Swift com seu álbum The Tortured Poets Department. O que ambos os lançamentos têm em comum? Não é a qualidade. Mas quem precisa disso quando você é um artista caucasiano superestimado que pode se permitir a mediocridade, não é mesmo?

Bom, podemos dizer que, tanto em um quanto no outro, falta amadurecimento artístico. Um exemplo é Eminem, que em pleno 2024 ainda está preso no alter ego Slim Shady, que surgiu no início dos anos 2000. Reviver o personagem para delírio de alguns fãs (homens brancos de meia-idade com síndrome de Peter Pan) não seria tão ruim… se ele tivesse mostrado alguma evolução desde então, mas isso não aconteceu.


Quando Rap significa “Ritmo e Poesia”, podemos entender o motivo do disco ter recebido 46 pontos no Metacritic. Ele não tem nenhum dos dois com maestria. O flow? Quando você tem um repertório bom o suficiente no Rap, uma sequência de palavras rápidas não é muito impressionante. As letras? Ainda presas a estereótipos da adolescência. Mas ele parece não se importar com isso, já que, como diz em Habits, “Não dou a mínima, meus pensamentos são primitivos.” Essa é a mesma música em que ele se refere à ex-atleta trans Caitlyn Jenner pelo nome morto e diz que seu vocabulário é “tão livre quanto a decisão dele de escolher seu gênero.” Na mesma faixa, Eminem também menciona que “provavelmente vai irritar algumas feministas” com a canção, faz piadas de gordofobia e ridiculariza o uso de pronomes neutros (apesar de ser pai de uma pessoa não-binária).

Nós conseguimos entender facilmente por quem esse discurso é ovacionado, não é mesmo? Por aqueles que estão “cansados de mimimi” e se sentem altamente representados pelo que Eminem tem a dizer. Por aqueles que não perceberam que Lil Nas X, um homem negro e gay, ou Nicki Minaj, Cardi B e outras rappers, têm muito mais a dizer na cena do Rap do que Eminem e seu trabalho que envelheceu como leite, apesar de ter sido lançado no último dia 12. Mas para artistas negros, mesmo o melhor dos vinhos ainda não recebe a devida atenção pela maioria do público.

Última atualização em: 5 de setembro de 2024 às 12:05

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