A multiartista brasilo-jamaicana Nabiyah Be sobe aos palcos de São Paulo pela primeira vez no próximo dia 20 de novembro, a partir das 20h. Ela tem um encontro marcado com seus fãs no Bona Casa de Música em uma apresentação intensa e repleta de axé que promete passar por canções de seu álbum de estreia, além de re-arranjos de compositores negros dos países com os quais se relaciona.
Dança, poesia, performance e música formam Nabiyah Be. Filha do cantor jamaicano Jimmy Cliff e da psicóloga brasileira Sônia Gomes, carrega em si influências do Caribe e do Brasil. Nascida em Salvador, a artista se relaciona com a capital paulista desde a infância. “Minha família brasileira é paulista – apesar dos meus avós terem sido baianos – então, tenho uma experiência super familiar na cidade”, comenta. “Quando me mudei para Nova Iorque e minha mãe morava em São Paulo, pude viver sua cena cultural como jovem adulta e foi inspirador ser influenciada pelas duas metrópoles. Gosto muito de São Paulo, as pessoas com quem já troquei abrem universos valiosos de opinião e cultura dentro de mim”.
Nabiyah Be traz todo seu talento à cidade em uma data emblemática: o Dia da Consciência Negra. Tendo sua experiência com a negritude construída a partir de sua família jamaicana, a cantora e atriz foi batizada como muçulmana, além de ter sido criada numa comunidade de ayahuasca. “Não pratico a religião hoje em dia, mas ainda carrego o nome árabe. Então, sinto que eu e a minha história representamos uma parcela uma tanto oculta da negritude brasileira em alguns aspectos. Estou feliz de estar a serviço dessas diferenças e multiculturalidades, me sinto pertencente, com vontade de dividir”, explica.
Em uma noite especial, a artista promete entrar pela porta da frente da boa música brasileira contemporânea, somando toda sua experiência internacional à alegria de se apresentar em uma cidade com a qual se relaciona intimamente. Por meio de um repertório eclético, Nabiyah busca se conectar com o público através de sua arte. “Espero me sentir à vontade e autêntica. Faz muito tempo que não toco minhas canções, principalmente as novas, então estou muito animada. Também trago covers de Nina Simone, Dominguinhos e outras surpresas da música brasileira – talvez até toque algo para fãs de Daisy Jones and The Six e do meu pai”, finaliza.