Eddy Jr. retorna após período conturbado em que enfrentou ansiedade e depressão por conta de um triste episódio de racismo. O artista lançou hoje (28), seu primeiro álbum, o ironicamente intitulado “Bom Moço”. O trabalho chega junto com um documentário em que Eddy usa o trap para falar de assuntos mais leves.
Eddy Jr. se tornou um fenômeno do humor, ganhou milhões de seguidores em suas redes sociais. Com a ascensão, vieram os confrontos comuns a todo jovem negro que passa a ocupar espaços antes só “destinados” à pessoas brancas. O notório caso de racismo sofrido pelo artista em 2022 causou impactos diretos em sua vida, sua saúde mental, sua carreira. Parte do ocorrido foi canalizado em seu primeiro EP, “Meus Contos”, de 2022, e agora o rapper quer virar a página e contar novas histórias, aproveitar um tempo de mais leveza, trazendo diversidade narrativa ao universo musical que ele propõe.
O retorno de Eddy Jr. com um disco não é a morte do artista como ator. Em 2025, ele será protagonista de uma série com dez episódios da TNT/Warner. “Eu quero me desvencilhar dessa imagem de um cara que é apenas humorista e o lançamento do álbum faz parte disso. Na série, que é de comédia, eu sou o protagonista, então seria complicado para as pessoas dissociarem as coisas. Ela estrearia agora em novembro, mas acabou sendo adiada, então acho que as pessoas terão esse tempo para me consumir apenas como músico”, reflete.
A produção inteira do disco ficou a cargo do próprio Eddy, que foi estudar os meandros das técnicas de estúdio para entregar um trabalho o mais profissional possível.
A leveza trazida em faixas como “Celeiro”, “Bom Moço” e “Quem” contrastam com a forma com que Eddy estava conduzindo suas redes sociais. Postagens soturnas, desabafos e choros, agradecimentos ao apoio dos fãs, fizeram parte da rotina recente do influenciador. Essa intensidade de sentimentos serviu para preparar o público para a nova persona do compositor.
“Esse ano eu me privei de muita coisa para me preparar para esse lançamento. Pode ser que eu ainda faça humor, mas eu quero viver da arte da música, quero dar atenção para esse sonho”, reflete o cantor que se emociona no documentário sobre as decisões recentes da carreira. “Gosto de fazer as pessoas rirem. Decidir parar de fazer humor não é uma decisão fácil pra mim, mas é o que preciso fazer agora”, conclui.