Beyoncé esnobada no Country Music Awards e o medo de uma mulher negra refazer os pilares da indústria

Beyoncé esnobada no Country Music Awards e o medo de uma mulher negra refazer os pilares da indústria

 Beyoncé não foi indicada a nenhuma categoria do Country Music Awards, embora tenha colocado o mundo de olho no gênero com um dos maiores álbuns country do ano. Cowboy Carter reinvindicou parte do protagonismo negro em um estilo historicamente identificado com setores brancos e conservadores norte-americanos, e isso pode ter ferido algumas pessoas da indústria. Nem se tornando a primeira mulher negra a permanecer por quatro semanas na parada Top Country Album da Billboard e colocar “Texas Hold” na parada Hot Country Songs por dez semanas fez com que os responsáveis pelas indicações escondessem sua aversão pela cantora.

Shaboozey , que ganhou holofotes após participação no álbum de Beyoncé, foi indicado para Single do Ano e Melhor Novo Artista do Ano, e o War and Treaty (composto pelos cantores e compositores negros Michael Trotter Jr. e Tanya Trotter) foi indicado para Duo do Ano, mas soa mais como uma tentativa de desviar os holofotes para o racismo intrínseco da indústria country,

Talvez lembrar o apagamento dos negros na história do country tenha irritado os velhos pensamentos brancos sobre superioridade. Falamos sobre a lenda Linda Martell aqui, relembrada por Beyoncé, ela também nunca recebeu reconhecimento de seus pares de gênero musical.

Beyoncé não precisa provar nada com prêmios, mas é notável como as “mentes pensantes” por trás das premiações tentam ir contra a maré ao não carimbarem um fato: vivemos na era de uma das maiores artistas pop da história. Seu inadvertidamente irresistível Renaissance (2022) foi esnobado pelo Grammy em favor do mais básico que o pop pode produzir, e não, não é que Talor Swift e Harry Styles sejam completamente descartáveis, mas estão muito distantes do impacto cultural que Beyoncé realiza há vários anos.

Talvez os cabeças brancas tenham medo de que uma mulher negra tenha dado um pontapé para uma nova era do country. Se Willie Nelson, Martell, Shaboozey, Miley Cyrus, Willie Jones e Dolly Parton enriqueceram a trama pop de Cowboy Carter e o público aprovou, não é essa esnobada vergonhosa que vai depor contra a jogada de Beyoncé.

Mas não é como se a superestrela não tivesse profetizado. Em entrevista a Billboard  na época de lançamento do álbum, ela já indicava as reações que viriam dos defensores do purismo countru. “Estou honrada em apresentar a tantas pessoas as raízes de tantos gêneros. Estou tão emocionada que meus fãs confiaram em mim. Os guardiões da indústria musical não estão felizes com a ideia de dobrar gêneros, especialmente vindo de um artista negro e definitivamente não de uma mulher.”

Dito e feito.

Última atualização em: 15 de setembro de 2024 às 22:44

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