O final de semana do Rock in Rio no Palco Supernova foi cenário de espetáculos cheios de energia e com as bandas nacionais dando mais sangue e energia que as gringas do palco principal. O headliner da noite foi a lendária banda de hardcore capixaba Dead Fish, que encerrou o dia com uma apresentação vigorosa. Rodrigo Lima (vocal), Ric Mastria (guitarra), Marcos Melloni (bateria) e Igor Tsurumaki (baixo) agitaram a multidão com hits como “A Urgência”, “Afasia” e “Sonho Médio” , e o público respondeu com a tradicional roda punk. Rodrigo finalizou o show com uma mensagem de conscientização, defendendo a Palestina livre e criticando o agronegócio brasileiro.
O dia começou com a banda paulistana The Mönic, que, ao lado do grupo Eskröta, fez o público vibrar. Ale Labelle (guitarra e voz), Dani Buarque (guitarra e voz), Joan Bedin (baixo e voz) e Thiago Coiote (bateria e voz) abriram o set com “Sabotagem”.
“A gente é uma banda underground e esperamos muito para estar aqui. Hoje, uma das nossas missões é fazer vocês acordarem amanhã muito doloridinhos”, brincou a vocalista Dani, que se jogou na galera.
Logo depois, o Eskröta, com Ya Amaral (vocal e guitarra), Tamy Leopoldo (baixo) e Jhon França (bateria), trouxe a energia do thrash metal com as faixas “Eticamente Questionável” e “Filha do Satanás”. No final, as duas bandas se uniram em um momento emocionante ao som de “Mosh Feminista”, exaltando a força das mulheres no rock.
“A gente fez essa música pelas nossas mães, irmãs e para todas as nossas amigas que não puderam vir porque tiveram que ficar cuidando das crianças em casa”, contou a vocalista Yas.
Já a banda mineira Black Pantera repetiu a presença visceral que teve na última vez que subiu ao palco do Rock in Rio e consolida de vez seu nome como um dos melhores shows nacionais da atualidade. Charles Gama (guitarra, vocal), Chaene da Gama (baixo) e Rodrigo “Pancho” Augusto (bateria) incendiaram o público com faixas como “Tradução”, “Sem Anistia” e “Fogo nos Racistas”. Nesta última, eles chamaram a mãe ao palco e dedicaram a canção a ela. “Fiz para minha mãe e para todas as mães, onde elas estiveram”, declarou, emocionado, Chaene.
O grupo fez uma apresentação emocionante, chamando a atenção para a importância da família e convocou o público a abrir uma roda só para as mulheres fazer o mosh pit, sendo aplaudidos. No final, uma grande roda juntou todo mundo para cantar “Bota pra Fuder”.
Em seguida, foi a vez do Crypta, banda 100% feminina de death metal, levantar o público do Supernova. Com Tainá Bergamaschi e Jéssica di Falchi nas guitarras, Fernanda Lira no baixo e vocal, e Luana Dametto na bateria, a banda entregou um show potente com músicas como “Shadow Within” e “Lord of Ruins”. Fernanda emocionou a plateia com sua fala sobre a força das mulheres no cenário musical e a vitalidade do metal nacional.
O dia 15/09 no Palco Supernova foi uma celebração da diversidade e da potência do rock e metal brasileiro, com bandas que não só agitaram o público, mas também reforçaram mensagens de resistência, inclusão e luta.