A multiartista Eloah Monteiro lançou seu mais novo trabalho, o EP Agô. O título vem do Yorubá e significa um “pedido de licença”.
A compositora ilheense pede licença para chegar com seu novo repertório de samba, trazendo sua ancestralidade como alicerce para a construção narrativa e apresentando suas novas composições, que evocam suas raízes baianas e trajetória como mulher negra, mãe solo e pansexual.
“Mesmo com a experiência do Samba da Leoah, um projeto que trago de Ilhéus, onde canto e fazendo releituras de sambas clássicos, é a primeira vez que eu me debruço e componho respeitando as fronteiras desse gênero musical. Qual brasileiro não dialoga com o samba, não sente o coração bater mais forte com os batuques do samba? Então, é um terreno novo e conhecidíssimo ao mesmo tempo para mim”, comentou.
A proposta também destaca a valorização da diversidade na equipe de produção, desde o cenário ao figurino, que conta com a contribuição de pessoas de diferentes gêneros, raças e classes sociais. Com este novo trabalho, Eloah Monteiro não apenas reafirma seu lugar na música brasileira contemporânea, mas utiliza sua arte como plataforma para provocar reflexões sobre a sociedade, sem se desconectar de suas raízes e da ancestralidade do povo negro.
Para compartilhar todo este processo criativo, a artista promove no dia 11 de dezembro, a partir das 19h, na Casa Preta, uma Roda de Conversa voltada para mulheres cis e trans que são artistas e/ou articuladoras culturais e que desejam saber mais sobre o processo de produção do EP, além do acesso às políticas públicas de fomento à cultura disponíveis no Estado da Bahia.
O EP promete ser um marco de representatividade e originalidade na carreira da artista. Eloah Monteiro, natural de Ilhéus, conquista um público cada vez maior em toda a Bahia com sua voz poderosa e letras autobiográficas, que retratam as vivências e lutas das mulheres brasileiras na atualidade. Agô é composto por sete sambas autorais, incluindo parcerias com Jef Rodriguez, Cabeça Isidoro e Hundira Cunha, e explora temas profundos como saudade e espiritualidade, além de denunciar as desigualdades sociais que afetam a população negra e periférica do país.
Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e conta com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura, via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. A Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.