O ano de 2024 foi agitado para RAVIH: Enquanto gravava e lançava “Próprio”, seu álbum de estreia que chegou acompanhado por um curta-metragem musical dividido em três atos, o artista também pensava em expandir os desdobramentos desses trabalhos. “Como quase todo artista, é claro que eu também quero estar sob os holofotes, mas também quero dividi-lo com os meus”. Foi a partir desta reflexão que RAVIH decidiu, em parceria com André Lessa, compilar registros para o mini-documentário “A arte de se fazer visível”, já disponível no Youtube.
Ao longo de 25 minutos, a obra reúne conversas, entrevistas, depoimentos, performances e cenas exclusivas dos bastidores da produção do curta-metragem “Próprio: Cultivando o autoamor entre juventudes periféricas”, que contou com a participação de mais de 50 artistas de diferentes periferias da cidade de São Paulo. Roteiristas, diretores, produtores, filmmakers, bailarinos, atores, performers, circenses, ilustradores, animadores, músicos, estilistas, maquiadores e fotógrafos estiveram envolvidos nas diferentes fases do processo criativo. “Tivemos um objetivo muito grande de proporcionar um espaço acolhedor, seguro e onde as pessoas pudessem se ver nesse espaço do cinema, geralmente muito escasso para nós das periferias”, conta Karina Tigre, diretora criativa e coreográfica do projeto ao longo do documentário.
“Cresci ouvindo que quem não é visto não é lembrado e é nitído que o sistema atua ativamente para apagar a trajetória e legado de artistas periféricos, especialmente quando pretos e queers”, reflete RAVIH. Os planos futuros do artista de Parelheiros incluem levar as canções de “Próprio” para os palcos das periferias de São Paulo e o lançamento de uma versão expandida do álbum com versões alternativas, além de parcerias inéditas com outros artistas: “Estou muito animado para continuar expandindo esse universo que criamos e trocando mais com pessoas que me inspiram”, compartilha RAVIH. “Estou ciente de que a visibilidade é passageira e por si só não é o suficiente, mas ela é uma das bases essenciais para construirmos coisas mais sólidas e duradouras a longo prazo”, finaliza.
