De 22 a 24 de agosto, a Universidade da Amazônia (Unama), sediará a quinta edição do FALA! – Festival de Comunicação, Culturas e Jornalismo de Causas. Antecedendo o calendário da Conferência das Partes (COP) de 2025, o festival leva uma proposta inovadora de debate sobre o futuro do jornalismo e seu impacto na sociedade brasileira, e abordará a importância da comunicação e da cultura na defesa dos territórios e, em última instância, na defesa da vida, explorando a interseção entre comunicação, arte e cultura numa perspectiva popular, utilizando linguagens artísticas. Realizado no campus Alcindo Cacela, conhecido por reunir os principais cursos de comunicação do estado, o evento é gratuito, sendo necessária a retirada de ingressos pelo Sympla.
“O Festival FALA! é um momento muito relevante para o jornalismo brasileiro, com um maior debate sobre jornalismo e cultura. O encontro também aborda a diversidade da maneira como deve ser abordada, como central. É um encontro de gente preta debatendo os temas centrais do país e da comunicação”, diz Pedro Borges, cofundador da Alma Preta Jornalismo e diretor do Instituto FALA!
A edição em terras amazônicas será palco para reflexões e apresentações artísticas sobre comunicação, ancestralidade e tradição, e incluirá novidades como sessões de exibição audiovisual da Negritar Produções & Pulitzer Center, e oficinas técnicas, além das tradicionais performances artísticas, mesas de debate e rodas de conversa para analisar temas como: a tradição oral e a importância do rádio na comunicação dos povos da floresta, como acessar a grana?, a imprensa negra – ética e técnicas de reportagem, além do jornalismo de causas e o diálogo com tecnologias ancestrais. Todas as mesas serão gravadas e disponibilizadas posteriormente no canal do YouTube do Instituto FALA!.
Haverá também o relançamento do livro “Griots e Tecnologias Digitais”, dos autores Thiane Neves Barros e Tarcízio Silva e apresentação ao público dos trabalhos de reportagem e produção audiovisual dos coletivos de comunicação de Pernambuco – Redes do Beberibe, Portal Afoitas, Fórum de Juventudes do Cabo e Eficientes – escolhidos através do edital lançado no final da última edição, realizada em 2023, no Recife.
“O Festival chega à quinta edição cercado de expectativas positivas. Afinal, assim como Salvador e Recife, Belém é uma cidade pujante no campo socioeconômico e conhecida por sua riquíssima cena cultural. Esperamos que o Festival FALA! seja um espaço de trocas e aprendizados entre todos os participantes” diz Rosenildo Ferreira, fundador e editor-chefe do site 1 Papo Reto e diretor do Instituto FALA!
O Festival FALA! em Belém começa no dia 22 de agosto, quinta-feira, com uma intervenção artística da Banda Afro Axé Dudu, seguida pela abertura oficial do festival às 16h45. Às 17h00, será realizada a mesa de abertura com o tema “Histórias Cruzadas: as Intersecções Entre Jornalismo, Cultura e a Arte na Defesa da Vida”, que homenageará o Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa), e sua fundadora, a professora universitária, atriz, diretora de teatro e ativista do movimento negro, Zélia Amador com participação da doutora em ciência da comunicação pela ECA-USP Rosane Borges e moderação por Antonio Junião, cartunista, artista visual e também cofundador e diretor de projetos da Ponte Jornalismo. A programação do dia será concluída com uma intervenção artística da banda Tambores do Pacoval, às 18h30.
No dia 23 de agosto, sexta-feira, o festival iniciará com uma intervenção artística de Mulambra por Maria Flor às 10h00. Às 10h15, ocorrerá a primeira mesa do dia, com o tema “Povos Originários e Comunidades Tradicionais: O Papel da Comunicação na Defesa dos Territórios e na Luta por Justiça Climática”, com participação do jornalista e ativista do povo Guajajara e fundador do coletivo Mídia Indigena Erisvan Guajajara, a jornalista amazônida, cofundadora e editora-chefe do Tapajós de Fato Isabelle Maciel, e da liderança do Quilombo da Família Flores, atuante no projeto social e comunitário Geração Tigres FC, na Frente Quilombola do Rio Grande do Sul Geneci Flores.
Às 14h00, ocorrerão duas oficinas simultâneas: “Geojornalismo”, conduzida pelas facilitadoras Helena Bertho e Jullie Pereira, ambas da InfoAmazonia, e “Cobertura da COP-30: Passos, Protocolos & Compartilhamento de Experiências”, com a participação do ICFJ knight fellow Daniel Nardin, idealizador e editor geral do projeto Amazônia Vox e jornalista com mestrado em comunicação pela Universidade de Brasília (UnB), e da jornalista Cinthia Leone, especialista em relações internacionais e divulgação científica, mestre e doutora em ciência ambiental, além de coordenadora da área internacional do ClimaInfo.
O último dia de festival, sábado, 24 de agosto, começa com uma intervenção artística às 10h00 do rapper, poeta e ator Pelé do Manifesto, antecedendo a mesa “Narrativas de Cor e Som: Comunicação Documental Amazônica”, às 10h15, com o comunicador social com habilitação em jornalismo, produtor cultural, cofundador e coordenador geral da Na Cuia – Agência de Comunicação & Produtora Cultural, além de jovem liderança pelo programa Embaixadores da Juventude do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes Matheus Botelho, a roteirista, cineasta e educadora audiovisual Mayara Coelho, a artista visual, educadora, ativista LGBTQIAPN+ e pesquisadora Nay Jinks, e a fotógrafa e idealizadora do projeto (Re)conhecendo a Amazônia Negra, Marcela Bonfim. A mesa será moderada por Rosenildo Ferreira, fundador do site de notícias 1 Papo Retoe correalizador do Festival FALA!.
Programação geral
22/08 | Quinta-feira
16h30 – Intervenção artística – Banda Afro Axé Dudu
16h45 – Abertura do Festival Fala!
17h00 – Mesa de abertura – Histórias Cruzadas: as intersecções entre jornalismo, cultura e a arte na defesa da vida
18h30 – Intervenção artística – Tambores do Pacoval
23/08 | Sexta-feira
10h00 – Intervenção artística – Mulambra por Maria Flor
10h15 – Mesa 1 – Povos originários e comunidades tradicionais: O papel da comunicação na defesa dos territórios e na luta por Justiça Climática.
11h45 – Sessão oportunidades – Unama
14h – Oficina – Geojornalismo
14h – Oficina – Cobertura da Cop 30: Passos, protocolos & compartilhamento de experiências
14h – Roda de conversa – Como acessar a grana?
15h30 – Roda de conversa – Comunicação, jornalismo de causas e o diálogo com tecnologias ancestrais
15h30 – Exibição de filmes – Negritar Produções & Pulitzer Center
17h15 – Intervenção artística – Contação de histórias: O fazer poético inspirado na vida e na obra do saudoso Mestre Zé Piranha, grande Pajé marajoara. Por Ailton Favacho, o Poeta
17h30 – Mesa 2 – Griots e tecnologias digitais
19h – Intervenção Artística – MC Íra Convida Negrabi
24/08 | Sábado
10h00 – Intervenção artística – Pelé do Manifesto
10h15 – Mesa 3 – Narrativas de cor e som: Comunicação documental Amazônica
11h45 – Sessão oportunidades – Google News Initiative
12h – Sessão oportunidades – Infoamazonia
14h – Oficina – Na linha de frente: Segurança digital e offline para jornalistas e comunicadores
14h – Roda de conversa – De rádios a Podcasts: A importância da oralidade na comunicação dos povos da floresta
14h – Roda de conversa – Manual de redação antirracista: Imprensa negra, ética e técnicas de reportagem
15h45 – Apresentação de projetos
16h45 – Intervenção artística
17h – Mesa 4 – Como vamos cobrir a Conferência do Clima 2025?
18h30 – Encerramento
18h45 – Intervenção artística – Layse e os Sinceros com Mestre Curica e Mestre Solano
Descrição dos espaços:
MESA DE ABERTURA – Histórias cruzadas: as intersecções entre jornalismo, cultura e a arte na defesa da vida
Qual a diferença entre comunicar, informar e contar histórias quando buscamos ler e compreender o mundo? Como o jornalismo, a arte e a cultura podem trabalhar em conjunto quando o objetivo é a defesa da vida?
MESA 1 – Povos Originários e Movimentos Sociais: O papel da Comunicação na Defesa dos Territórios e na Luta por Justiça Climática.
Quais desafios e soluções encontrados na luta contra a desinformação, o apagamento histórico e as narrativas que sustentam um projeto de poder hegemônico?
OFICINA – Geojornalismo
InfoAmazonia conduzirá essa oficina sobre técnicas de investigação jornalística guiada por dados geográficos, em que será possível entender como o geojornalismo apoia a cobertura de delitos ambientais transfronteiriços na Amazônia, como desmatamento ilegal, queimadas, mineração ilegal e crimes contra a fauna.
OFICINA – Cobertura da COP 30: passos, protocolos & compartilhamento de experiências
Desafios e oportunidades: Como se preparar para cobrir a próxima COP que vai acontecer na cidade de Belém no próximo ano.
RODA DE CONVERSA – Comunicação, jornalismo de causas e o diálogo com tecnologias ancestrais
Como o jornalismo de causas e a comunicação popular presentes no espaço digital podem se beneficiar ao se aproximar de saberes ancestrais e ensinamentos contra hegemônicos do bem viver?
RODA DE CONVERSA – Manual de Redação Antirracista: imprensa negra, ética e técnicas de reportagem
Em 2023, a Alma Preta Jornalismo apresentou ao público o seu manual de redação antirracista. Resultado de um período de três anos dedicados à pesquisa e colaboração com pesquisadores, jornalistas e estudantes, o manual encapsula a visão editorial moldada pela Alma Preta ao longo de oito anos de atuação.
RODA DE CONVERSA – Como acessar a grana?
Como acessar fontes de financiamento para garantir sustentabilidade a seu projeto ou organização de comunicação?
MESA 2 – Griots e Tecnologias Digitais
Pretuguês tecnológico, blogagem coletiva e ciberquilombismo: a farsa colonial que tentou nos definir apenas como consumidores de tecnologia e não como criadores e produtores de conhecimento.
MESA 3 – Narrativas de cor e som: comunicação documental amazônica
Artistas da Amazônia falarão sobre o uso de elementos visuais e sonoros na comunicação documental da Amazônia, destacando sua importância na preservação e difusão das histórias e culturas da região.
OFICINA – Na Linha de Frente: Segurança Digital e Offline para Jornalistas e Comunicadores
Segundo Artur Romeo, da Repórter Sem Fronteiras, o Brasil é o 2º país da América Latina com o maior número de jornalistas assassinados e com uma cadeia de violências muito ampla. São ameaças, perseguições, assédio oficial e moral e agressões físicas. Como estamos nos organizando para mudar esse quadro?
RODA DE CONVERSA – De rádios a podcasts: a importância da oralidade na comunicação dos povos da floresta
O rádio desempenha um papel crucial na comunicação em territórios amazônicos, onde o acesso a outras formas de mídia é frequentemente limitado. Além de ferramenta essencial para a disseminação de informações em comunidades com pouco ou nenhum acesso à internet, os produtos midiáticos em rádio fortalecem a coesão social ao transmitir conteúdos em línguas locais e respeitar as tradições orais, promovendo a inclusão e a participação ativa dos povos da floresta na vida comunitária e política da região.
MESA 4 – Como vamos cobrir a Conferência do Clima 2025?
A mesa é a oportunidade de entender a perspectiva de repórteres e pesquisadores que têm experiência na temática ambiental e nas COPs. É também a oportunidade de discutir as possibilidades de cobertura da Conferência do Clima em Belém, em 2025 com especialistas e jornalistas da área.
Serviço
FALA! – Festival de Comunicação, Culturas e Jornalismo e Causas
Local: UNAMA – Alcindo Cacela
Endereço: Av. Alcindo Cacela, 287 – Umarizal, Belém – PA, 66060-902
Data: De 22 a 24 de agosto
Inscrições gratuitas pelo formulário disponível no site
Mais informações: Site do FALA!