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Marcos almeida fala sobre seu novo single, “Procura”, canção que dá indícios da sonoridade de novo disco

Músico acaba de lançar o segundo single de seu próximo álbum, ‘Calado’, junto a um videoclipe dirigido por Renan Benedito
Marcos almeida fala sobre seu novo single, “Procura”, fé e condição humana

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Prestes a lançar seu novo disco, Calado, o músico e compositor mineiro Marcos Almeida vem excursionando pelo Brasil e lançou dois singles que antecipam o novo trabalho: Porão, uma meditação sobre o mistério, e Procura, lançada nesta quinta-feira (5/9), que habita a mesma atmosfera pra falar sobre a busca do ser humano moderno rodeado de informação vasta e superficial.

Praticante da fé cristã, o compositor parte de suas crenças pessoais para falar dos temas que lhe tocam, mas procura dar a seus versos um caráter universal com que qualquer pessoa pode se identificar, independentemente da ideologia. A maneira como ele escreve pode parecer enigmática, mas revela, da única maneira possível – poeticamente – aquilo que é tão fácil dizer, e que, quando se sente a música, se torna óbvio ao ouvinte.

Na entrevista que você lê a seguir, Marcos Almeida fala ao Pretessências sobre estes e outros assuntos:

Suas músicas, especialmente esta nova, são estruturadas numa espécie de mosaico de imagens nem sempre tão acessíveis ou compreensíveis à primeira vista. Você diria que suas músicas são herméticas?


Manoel de Barros dizia que poesia é voar fora da asa. Acredito que, ao contrário de se fechar numa estrutura qualquer, seja ela pedagógica ou panfletária, a minha canção busca a liberdade. É uma obra que possibilita muitas aberturas e viagens.

Além disso, quem conhece um pouco do seu trabalho e trajetória consegue notar certas referências ou ressonâncias com o universo simbólico e moral do cristianismo. Como sua fé se articula com a sua produção musical?

A fé, para mim, é começo. Se parece menos com aqueles adereços religiosos que usamos e se apresenta, para mim, como um conjunto de convicções sobre aquilo que já é. Por ser assim – a base de tudo – ela vai dar a energia para todas as outras coisas que fazemos. É o Calado* do meu Navio.

https://www.youtube.com/watch?v=Gak68rtOjdA
Cena do videoclipe “Procura”



Qual foi a inspiração para a música “Procura”?

Algum dia, rolando o feed do Instagram, me veio a frase: “O que você procura não está aqui.” Poderia ter sido: “Sai do celular e vai trabalhar”, rs. Claro que tem a questão do quão viciado estamos nas redes sociais, mas a frase me jogou pra uma reflexão sobre a angústia humana. O que procuramos? Daí concluí que não é um “Quê”, mas um “Quem”. Temos fome de relações reais, gente, mesa, olho no olho, toque, abraço, perfume, sabor… Então a música já estava se formando: “Quem você procura não está aqui…”.

Esta música tem algum caráter biográfico?

Sim. Como ponto de partida, sim. Mas, ao concluir a letra (parece audacioso dizer isso, mas…) percebi que estava falando da nossa humanidade comum. É uma música sobre todos nós.

No momento atual, você se identifica mais com a busca do início da música, com a perda do meio dela ou com o encontro do final?

Ótima pergunta. Tem dia que as três emoções chegam com tudo, em momentos diferentes da minha rotina. Uma saudade angustiante que a gente guarda no peito, mas que logo esbarra no convívio, na rotina mesmo dos encontros, e neles descobrimos que outros também sentem como nós, estão aí buscando alguém… Daí que o final é raro pra mim. É de fato um milagre poder ver que o desígnio da nossa busca se materializa na comunhão.

O clipe desta música tem uma estética bastante parecida com o de “Paciência”, releitura que você fez da canção de Lenine. É apenas coincidência ou há uma unidade proposital entre estas obras?

Deve ser o mesmo roteirista escrevendo pra gente, só pode, rs. 
Mas há elementos, mesmo não intencionais, que colocam as duas obras quase que como numa mesma trama cinematográfica. São atores pretos talentosos (e lindos). É a estética do nosso litoral exuberante. São duas canções densas, que falam de coisas profundas. São diretores que não se conhecem, mas acho que compartilham de uma percepção apurada sobre o que é o Brasil, nossos desafios e glórias.

Como você sintetizaria a mensagem desta música?

Quem você procura está no milagre da comunhão.

Mudando um pouco de assunto, e por curiosidade, você emplacou duas músicas em uma novela. Como essa proeza aconteceu? Como você se sente com suas músicas chegando a um público tão amplo?

Um marco na minha jornada. Certamente uma das maiores emoções da vida. Ver ali dramatizado, numa cena, a canção que você escreveu, é meio que receber um recorte daquilo que acontece na casa de milhares de pessoas que escutam o meu som. Aí me pergunto: será que é meu mesmo? Será que sou eu? Só pode ser dádiva um trem desses.

*Nota do Redator: de acordo com o release do artista, “a palavra calado, usada para carimbar seu novo trabalho, foi escolhida justamente pela sua ambivalência. Ao mesmo tempo que representa um estado de mutismo, também nomeia a estrutura submersa dos navios – a distância entre a quilha e a linha superficial da água.”

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Última atualização em: 6 de setembro de 2024 às 16:15

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