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Teatro Oficina celebra 65 anos com nova temporada do espetáculo “Mutação de Apoteose”

. Com direção de Camila Mota, o trabalho fica em cartaz entre os dias 12 de abril e 9 de junho, com sessões às sextas e aos sábados, às 20h, e, aos domingos, às 18h, na sede da companhia, no Bixiga

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Com direção de Camila Mota, peça enaltece a capacidade do teatro de criar mundos e reexistir a uma ordem vigente

Cacilda Becker encarna Euclides da Cunha e conduz o público por uma viagem fantástica às Eras geológicas e teatrais e suas insurreições. Esse é o ponto de partida de “Mutação de Apoteose”, espetáculo que celebra as mais de seis décadas do Teatro Oficina. Com direção de Camila Mota, o trabalho fica em cartaz entre os dias 12 de abril e 9 de junho, com sessões às sextas e aos sábados, às 20h, e, aos domingos, às 18h, na sede da companhia, no Bixiga. O espetáculo é uma ode à linguagem do teatro de coros da Cia e conta com homenagens à sua ancestralidade na dramaturgia.

A dramaturgia, assinada por Cafira Zoé, é formada por textos inéditos e considerada um desdobramento das obras “Os Sertões” e “Odisseia Cacilda”, de Zé Celso e Teatro Oficina Uzyna Uzona, forjando uma obra singular. A peça também reúne trechos de obras de Catherine Hirsch, Euclides da Cunha, Fernando Coimbra, Marcelo Drummond, Tommy Pietra e Zé Celso.

Divulgação

“A pentalogia de Os Sertões, em cartaz entre 2000 e 2007, moldou a subjetividade e a linguagem do Oficina. Foi justamente a partir dessas peças que incorporamos o coro em quase todos os nossos trabalhos. Nossa equipe passou a ser ainda mais diversa, com pessoas de várias idades, formações e vindas de lugares diferentes da cidade. Mudamos, inclusive, nossos horários de ensaio, para contracenar com os horários de todo o coletivo. Por isso, é tão importante para nós voltarmos a esse trabalho, dando a ele outro significado, a partir do aqui agora”, afirma Camila.

Esse encontro de gerações também contribuiu para a relação entre Euclides da Cunha e Cacilda Becker nesta montagem. De acordo com Camila Mota, passar por Cacilda Becker como fundamento da 5ª dentição da Universidade Antropófaga (prática de troca e transmissão de conhecimentos do grupo) teve grande impacto nos atores e atrizes mais jovens e, portanto, fazia sentido promover a união entre essas personagens importantes para a história do Oficina.

Com “Mutação de Apoteose”, Camila Mota se tornou a primeira mulher a dirigir um trabalho de grandes proporções do grupo – abrindo caminho para novas direções. São mais de 60 intérpretes em cena e 100 pessoas na ficha técnica. “Novos caminhos estão se abrindo para o Teatro Oficina, com muitas de nós sentindo vontade de dirigir. Essa peça foi encenada pela primeira vez em 2022 e, desde então, já tivemos direções de Marília Piraju e Mayara Baptista em outros ritos e encenações da companhia”, comenta a encenadora.

Dividida em dois atos, a obra oferece ao público duas experiências diferentes. “A primeira parte é o Oficina das multidões: festa, alegria, muitas cores, como um grande ritual coletivo, um Carnaval. O primeiro ato apresenta o território e suas lutas. Após o intervalo, partimos para uma encenação mais desenhada, com um rigor estético-poético mais afiado. É um Oficina hackeando o chamado teatro contemporâneo global, numa encenação que se relaciona de outra maneira com o tempo. O segundo ato é uma espécie de feira de ciências, onde tecnologias de diferentes povos são postas em contracenação, desestabilizando o supremacismo de uma suposta ciência universal”, conta Camila.

De acordo com Cafira Zoé, dramaturgue, o primeiro ato está diretamente relacionado ao livro “Os Sertões”, de Euclides de Cunha, mais especificamente ao capítulo “A Terra”. “A mutação de apoteose se refere a uma insurreição da terra, um fenômeno presenciado pelo autor em Canudos. Ele ficou impressionado porque, de repente, aconteceu uma grande chuva em meio aquele cenário árido e imediatamente um deserto começa a se regenerar e se transforma num vale fértil”, acrescenta.

No segundo ato, o foco está em desarmar os algoritmos coloniais. O pensamento supremacista do século XIX, revelado no livro de Euclides da Cunha, está presente na programação de tecnologias hoje, como uma maneira de perpetuar a ordem vigente. Desvendar em cena essa programação, encarnada na inteligência artificial, é fundamental para atiçar as forças coletivas de reviravolta e insurreição da vida. Na montagem, o ator Marcelo Drummond dá vida à inteligência artificial.

Ao final, uma inteligência ancestral lança uma flecha em direção ao futuro, que é aqui e agora, desde já. “Mutação de Apoteose” dialoga muito com o teatro de Zé Celso. No Oficina, encenamos a tragédia, mas sempre dá perspectiva da viração, do desmassacre, da alegria guerreira, do teatro como uma tecnologia de não ressentir, não se assombrar pela diferença, de não ficar recalcando nada. Com ‘Mutação’ a gente radicaliza o ponto de virada, na reviravolta, na fabulação de futuros, afinal, o que virá depois do fim do patriarcado, do racismo, dos supremacismos? É preciso imaginar, com o teatro, outros mundos, outras origens de mundo, outras memórias para outros futuros, imaginar e criar, imaginar e fazer”, reflete Cafira.

SERVIÇO

Mutação de Apoteose

Espetáculo musical em 2 atos

Duração: 2h30 (com 1 intervalo)

12 DE ABRIL A 09 DE JUNHO de 2024

Sexta a Sábado, às 20h

Domingos, às 18h

Teatro Oficina

Rua Jaceguai, 520 – Bixiga, São Paulo, SP
Classificação: 14 anos

Ingressos: Inteira R$ 100,00 e Meia R$ 50,00

Venda antecipada com lotes promocionais de R$20,00 a R$90,00

https://bileto.sympla.com.br/event/82726

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Última atualização em: 10 de abril de 2024 às 22:02

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