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Semelhanças e diferenças da condição negra em Paris e Salvador são abordadas em livro do antropólogo Ari Lima

Fruto da pesquisa de Ari Lima, Cadernos de Paris evidencia as tensões raciais não reconhecidas pela sociedade francesa
Semelhanças e diferenças da condição negra em Paris e Salvador são abordadas em livro do antropólogo Ari Lima

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Quais nuances assemelham e diferenciam os descendentes de africanos e migrantes do continente fixados em diversas partes do mundo? É a pergunta que guiou o olhar do antropólogo Ari Lima sobre a população negra na capital francesa e gerou o livro Cadernos de Paris – Ensaios sobre a condição negra na cidade luz.

Na trajetória acadêmica de Ari, as relações raciais também são uma constante, começando pelo universo da música. No mestrado, ele abordou a ascensão da Timbalada, enquanto no doutorado estudou o pagode. Em 2018, o antropólogo começou a pensar no pós-doutorado que deu origem ao livro, publicado pela editora Cajuína, uma proposta de discutir a questão racial fora do Brasil.

“Achei interessante pensar sobre o contexto francês, porque os pesquisadores franceses foram importantes na formação desse campo de estudos sobre relações raciais e cultura negra no Brasil. E também descobri que, de modo geral, eles se recusam a reconhecer que existe desigualdade social, que existe exclusão, que existem mecanismos distintos do sujeito se constituir como cidadão”, conta.

Semelhanças e diferenças da condição negra em Paris e Salvador são abordadas em livro do antropólogo Ari Lima

Então ele partiu para Paris, onde permaneceu por um ano, vivendo a cidade para fundamentar e desenvolver seu estudo. Nesta aproximação, Ari Lima identificou três grupos distintos: os imigrantes africanos; os filhos de imigrantes que já são franceses; e os descendentes de africanos escravizados nas Antilhas, que são franceses de além-mar.

Os ensaios de Cadernos de Paris apresentam o resultado dessa busca em “entender como a questão racial e a desigualdade racial se constituem neste contexto específico, importante para o mundo inteiro, mas por outro lado se recusa a pensar sobre o tema no seu próprio território”.

Com a dificuldade de obtenção de mão de obra, a França começou a estimular a imigração. Mas bastaram poucas décadas para passarem a encarar o crescimento dessa população como problema, revisando as leis. Os descendentes desses imigrantes, mesmo já nascidos no país, têm a sua identidade constantemente questionada. “Recompor a França para os franceses” é o discurso que tem sido encampado pela extrema-direita no país.

Há ainda uma rejeição de parte da população à cultura e os costumes que consideram característicos dos descendentes de africanos e imigrantes. Na área suburbana de Paris, o antropólogo percebe uma forma de viver que se assemelha à vista nos bairros populares de Salvador. Pessoas vendendo produtos nas ruas, conversas em volume elevado e em tom informal são alguns desses pontos.

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Última atualização em: 5 de outubro de 2024 às 16:29

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