Histórias de doação pelo Brasil é um tema que necessitava ser explorado há tempos, e que neste ano se concretizou com o lançamento do podcast Minha História de Doação, realizado pelo Dia da Doar, promovido pela Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR). O projeto itinerante foi gravado em todas as regiões do Brasil, entrevistou 20 pessoas que contaram, em primeira mão, suas histórias de doação. Cada episódio tem duração média entre 30 e 40 minutos e o segundo episódio lançado foi Os desafios de manter animais saudáveis e felizes em Ilhéus (BA).
Neste episódio, a Ceiça e a Claudia Ribeiro contaram a história da ONG Planeta dos Bichos e compartilharam as dores e os amores de cuidar de tantas vidas. Claudia cuida da parte de finanças da organização e conta que desde pequena, quando ainda morava no Rio de Janeiro, já era ativa em causas sociais. Ela tinha conexão com a natureza e até mesmo oficializou o grupo que fazia parte para que o bosque municipal da região não fosse desmatado.
Ceiça é uma das fundadoras da ONG e destaca que um dos desejos é que o Centro de Zoonose da cidade desse prioridade de castração para o abrigo que, para doar os animais, é necessário a castração. Durante o episódio, ela conta que a organização junta tampinhas e vende rifas, camas, canecas e tortas para manter as finanças da Planeta dos Bichos em dia. Ceiça ainda destaca as formas que auxiliavam os animais da região antes de criar o espaço, como levando os animais de famílias que não possuíam condições para dar banho. “Já viu um protetor sentir tristeza? É quando a gente está na rua e vê um animal que ninguém pega. Às vezes, me ligam para salvar um animal, sendo que quem está lá também pode acudir. O Lar temporário já seria uma forma de nos ajudar, pois não temos mais espaço e, desta forma, conseguiríamos fazer uma feira”, conta Ceiça.
Primeiro episódio contou a história de coletivo carioca
O primeiro episódio foi lançado em 17 de setembro e titulado de Combate à violência doméstica a partir de uma feira do bem, gravado em Duque de Caxias (RJ), com a idealizadora do coletivo Feira do Artesão, Patrícia Sudré. O coletivo é uma forma de impactar socialmente mulheres. Desde os oito anos de idade, Patrícia aprendeu a fazer crochê e artesanato com retalhos que sobravam das costuras de suas mães. Após, foi para as artes plásticas, onde também construiu um coletivo e diversas peças de arte. Em 2016 ela teve seu último trabalho formal, onde voltou para o artesanato e em 2019 fundou a Feira do Artesão.
“Hoje me identifico como uma pessoa que ama o que faço e eu quero que as pessoas sintam isso. Nosso coletivo nasceu da união, porque para a feira existir, necessitava dessa união e em menos de uma semana já tínhamos 23 mulheres no grupo. Tentamos se ajudar de todas as formas”, destaca Patrícia. Ela também conta que os atos de solidariedade já estão com a família há anos, tanto de ajudar quanto de ser ajudado, principalmente sua avó.
As gravações ocorreram entre os meses de julho e setembro de 2023 e os episódios foram conduzidos por Carolina Farias, líder do Dia de Doar. Dentre os entrevistados, estão gestores de OSCs, gerentes e coordenadores de marketing e de captação de recursos, doadores e voluntários (pessoa física). “Passar por todas as regiões do Brasil de carro me trouxe uma possibilidade de realmente poder enxergar as mudanças que tem de um território para outro e de uma cultura para outra dentro de um mesmo Brasil”, destaca Carolina.
