A educação antirracista tem se ganhado cada vez mais força nas discussões sobre inclusão e equidade racial, especialmente dentro da comunidade acadêmica. Esse modelo educacional, não apenas reconhece as desigualdades raciais que moldam a sociedade, mas também busca ativamente combatê-las por meio de práticas pedagógicas que promovem o respeito às diferenças e a valorização da diversidade.
Vale destacar que a relevância da educação antirracista vai além do combate direto ao preconceito racial. Ela desafia estruturas de poder que, muitas vezes, perpetuam a exclusão de grupos historicamente marginalizados, como as populações negras, indígenas e quilombolas. No ambiente universitário, esses desafios se manifestam em várias formas, desde a falta de representatividade nos currículos até às desigualdades nas oportunidades de ascensão acadêmica e profissional.
Por isso, o Mandela Pod, é um podcast inovador que tem como foco a educação antirracista, buscando preencher essa lacuna ao promover debates e reflexões sobre as dinâmicas raciais no espaço acadêmico. Com 13 episódios voltados para temas como cultura afro-brasileira, empreendedorismo negro, branquitude, samba e educação, intolerância religiosa, escritores negros e educação antirracista, o projeto visa sensibilizar estudantes e professores, incentivando uma mudança de mentalidade em relação à raça e à educação.
A idealizadora do podcast Mandela Pod, Luiza Mandela, destacou a importancia da educação antirracista e ressaltou que o Brasil precisa avançar para que as leis a respeito dessa temática sejam integralmente implementadas.
“A educação antirracista é de suma importância para a construção de uma sociedade mais justa, a partir do momento em que a educação insere, de fato, a cultura afro brasileira , africana e indígena em seus currículos. Além de promover a justiça curricular, como nos diz Nilma Nilo Gomes, promovendo o respeito a diversidade étnico racial em nosso país, que é majoritariamente negro e fundado pela população indígena. No entanto, ainda precisa avançar para que de fato as leis 10639/03 e 11645/08 sejam implementadas em sua integralidade”, disse Luiza Mandela
Espera-se que iniciativas como o Mandela Pod tenham um impacto transformador na comunidade acadêmica. Ao trazer à tona discussões que frequentemente são relegadas ao segundo plano, o projeto oferece uma plataforma para que estudantes e professores possam refletir sobre suas próprias atitudes e repensar o papel da universidade como um espaço de promoção de justiça social.
Para isso se faz necessário a inserção nos currículos dos cursos de ensino superior, de forma obrigatória, disciplinas sobre as relações étnico raciais, uma lacuna que ainda persiste na academia .
O impacto dessa transformação é amplo. Para os estudantes negros e outras minorias, significa o reconhecimento e a valorização de suas experiências e identidades, criando um senso de pertencimento em um ambiente onde muitas vezes se sentem deslocados. Para a universidade como um todo, representa a oportunidade de se tornar uma instituição mais justa e comprometida com a formação de cidadãos críticos e conscientes de seu papel na construção de uma sociedade mais equitativa.
Todos os episódios do Mandela Pod estarão disponíveis às quintas-feiras no Spotify, YouTube (em formato de videocast). Esta temporada é fruto de uma parceria entre a idealizadora Luiza Mandela e o Serviço Social do Grupo Gestor de Serviços Sociais da Unicamp (GGBS).
Serviço
Para acompanhar o Mandela Pod e o trabalho que Luiza Mandela desenvolve, acesse: instagram.com/luizamandela