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Pretessências

Leci Brandão, Rico Dalasam e Ayô Tupinambá estão na mostra 11ª edição de ‘Todos os Gêneros: Mostra de Arte e Diversidade’ no Itaú Cultural 

Leci Brandão, Rico Dalasam e Ayô Tupinambá estão na mostra 11ª edição de 'Todos os Gêneros: Mostra de Arte e Diversidade' no Itaú Cultural 

De 2 a 7 de julho (terça-feira a domingo), o Itaú Cultural realiza a 11ª edição de Todos os Gêneros: Mostra de Arte e Diversidade, programação anual dedicada à cultura LGBTQIAPN+. Neste ano, vivencia o encontro entre gênero e negritudes. A programação aborda a intersecção entre esses dois campos a partir de experiências coletivas, celebrações negras, ampliação de narrativas, visibilidade e reconhecimento da diversidade de gênero, dentro da cultura negra e suas criações artísticas.  A temática se estende por seis dias com espetáculos de teatro, música, performance, mesas reflexivas, oficina de poesia onírica preta/LGBTI+ e um percurso pelos pontos pretos de São Paulo.

As atividades são gratuitas, como toda a programação do Itaú Cultural, e acontecem de terça-feira a domingo. As reservas dos ingressos têm início sempre a partir das 12h da quarta-feira da semana anterior às sessões e devem ser feitas pela plataforma INTI – acesso pelo site do Itaú Cultural .

No dia 2 (terça-feira), a programação abre às 20h, com o show da cantora Leci Brandão, que apresenta clássicos de sua trajetória, como Eu só quero te namorarIsso é Fundo de Quintal e Zé do Caroço. Carioca do bairro de Madureira e criada na Vila Isabel, a artista contabiliza mais de 40 anos de carreira e 25 álbuns. Na vida artística, ela foi a primeira mulher a fazer parte da ala de compositores da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, em 1972. Na política, foi eleita, em 2010, deputada estadual por São Paulo – sendo a segunda mulher negra a ocupar uma cadeira no parlamento paulista – e reeleita em 2014.

Na quarta-feira, 3, também às 20h, na Sala Itaú Cultural, o cartaz é para Jorge para sempre Verão, espetáculo dirigido por Rodrigo França, que aborda a arte como cura. A peça trata da trajetória de um artista, Jorge Lafond (1952-2003), de uma personagem, Vera Verão, e de uma sociedade homofóbica. Assim, coloca o público de frente com uma chance única de conversar com o artista e a personagem.

Leci Brandão, Rico Dalasam e Ayô Tupinambá estão na mostra 11ª edição de 'Todos os Gêneros: Mostra de Arte e Diversidade' no Itaú Cultural 
Jorge para sempre Verão | Foto: Raido Vale

No dia seguinte, quinta-feira, 4, as atividades de Todos os Gêneros têm início às 10h, no piso -2 do Itaú Cultural, com a oficina de escrita Derrama um sonho bom em mim, voltada à poesia onírica preta/LGBTI+, que segue nos dias 5 e 6 (sexta-feira e sábado) Conduzida pela cantora, compositora, escritora, tradutora e editora não-binária Tatiana Nascimento, a ação tem foco no compartilhamento de sonhos.

Trata-se de um laboratório de reelaboração onírica e elaboração poética para pessoas negras e/ou indígenas e/ou LGBTQIA+ e/ou com deficiência ou qualquer outra subjetividade a quem a colonialidade capitalista cis-heteronormativa tenta interromper de sonhar. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo link https://itaucultural.formstack.com/forms/derrama_um_sonho.

Às 17h, a mesa Festas e Celebrações Pretas: a alegria e a coletividade como potências reúne o agitador cultural, cientista social e curador Arthur Santoro, co-CEO da festa Batekoo; o articulador cultural e produtor Rafa Duartt, da Ralachão; e Erica Malunguinho, primeira deputada trans eleita no Brasil, fundadora do quilombo urbano Aparelha Luzia. Com mediação do artista interdisciplinar Flip Couto, a conversa trata de como as festas e as celebrações são espaços de (re)-existência, empoderamento, coletividade, representatividade e segurança, servindo, ainda, como elementos de reflexão, discussão e visibilidade das experiências da comunidade negra e LGBTQIAP+.

Erica Malunguinho | Divulgação

O dia encerra, às 20h, com o espetáculo de dança afro contemporânea brasileira DidêManda, com a Cia de Dança AfroOyá. Dirigida por Tainara Cerqueira, a apresentação tem como base os movimentos das heranças de matrizes africanas junto da contemporaneidade brasileira, em uma união de cultura, tradição, atualidade, ritmo e energia.

Teatro, música e território

No final de semana, a programação de Todos os Gêneros segue com duas atividades por dia e extrapola os limites do Itaú Cultural.

Na sexta-feira, 5, a mesa Tecnologias e outras inteligências dá início à programação do dia, a partir das 17h. Ela é composta por Akin Abaz, homem trans não binário fundador da InfoPreta, primeira empresa de tecnologia no Brasil com o objetivo inserir pessoas negras, LGBTQIAP+ e mulheres no mercado; Tainara Cerqueira, idealizadora, diretora e coreógrafa da Cia de Dança AfroOyá; e Dandara Pagu, produtora cultural e criadora do portal de notícias feministas e bloco de carnaval Vaca Profana.

Os participantes buscam outras maneiras de compreender as tecnologias como espaço de saberes e reconhecimento das experiências ancestrais dentro da contemporaneidade, analisando os impactos causados na sociedade. A mediação é do jornalista Alberto Pereira Jr, co-fundador do bloco de carnaval Domingo Ela Não Vai.

Alberto Pereira Jr | Foto: Marcus Steinmeyer

Às 20h, é a vez do espetáculo Amor e outras Revoluções entrar em cena, com Mariana Nunes e Tati Villela, que também assina o texto e a dramaturgia. As atrizes interpretam as personagens Aynah e Luzia, que estão de casamento marcado, mas ainda têm dúvidas se devem mesmo se casar. A peça percorre suas próprias histórias, dando início a revoluções a respeito do amor e da falta dele.

No sábado, dia 6, duas atividades integram a mostra. Uma delas é a performance TRANSEPRETO, um dispositivo performativo-reflexivo em forma de debate, que reúne artistas trans e pretos em um exercício de metalinguagem. Nela, a narrativa se constrói a partir da discussão real sobre a existência e resistência no Brasil de 2024 e sobre a poética da performance destes corpos.

A ação é dividida em dois encontros, chamados de transe, nos quais convidados abordam temas diferentes, mas complementares. Às 15h, Transe 1 debate sobre Ancestralidades, com a atriz carioca Aretha Sadick, a travesti, preta, gorda e periférica Ayô Tupinanbá e Thiffany Odara, mulher trans, negra, yalorixá, pedagoga e ativista. A mediação é de Luh Maza, que assina, ainda, a concepção e direção geral da ação.

Às 17h, Transe 2 trata de masculinidades, reunindo o roteirista, diretor, editor audiovisual Phelipe Caetano, o DJ, performer e articulador cultural Kung de Xangô e o artista trans WinniT. Aqui, a mediação é do roteirista, dramaturgo e ator Daniel Veiga.

Quem comanda a programação da noite é a cantora Ayô Tupinambá. Artista multifacetada da periferia de São Paulo, ela conta suas experiências e emoções por meio do seu canto. Já lançou as músicas AncestravasInteireCabreraDona Maria Mulambo e Canto pra Sobreviver, a qual dá nome ao show, trazendo a experiência íntima da jornada da artista como travesti preta, gorda e periférica.

No domingo, 7, o último dia da mostra começa às 11h, tendo o Itaú Cultural como ponto de encontro para a Caminhada Bixiga Negra, ação idealizada pelo Guia Negro e conduzida por Debora Pinheiro, guia de turismo e anfitriã de experiências no Guia. A atividade resgata histórias do bairro do Bixiga, reconhecido pela presença de italianos, mas que tem uma cultura e história negra muito vivas.

O percurso, feito a pé, dura cerca de 90 minutos e revela a presença negra e nordestina neste típico bairro paulistano. No passeio, os caminhantes visitam a Escola de Samba Vai Vai e o Quilombo da Saracura, passam pelo Instituto afroreligioso Ilê Ase Iya Osun, pela pastoral afro da Igreja da Achoropita e pela Casa de Capoeira do Mestre Ananias, entre outros lugares.

A programação final da 11ª edição de Todos os Gêneros acontece a partir das 19h, na Sala Itaú Cultural, com o show de Rico Dalasam. Ele apresenta o show do seu terceiro disco, Escuro Brilhante, Último dia no Orfanato de Tia Guga.

O álbum conclui a trilogia composta por Dolores Dala Guardião do Alívio (2021) e Fim das Tentativas (2022) e apresenta a fase mais pop de Dalasam. Com composições mais solares, faz um exercício de rememorar o ouvinte de seu brilho próprio, através do amor, em faixas como Sol Particular (Rico Dalasam, Dinho Souza e Mahal Pita), Imã (Rico Dalasam, Dinho Souza, Mahal Pita, Chibatinha e Ivyo) e  Lembre Seu Brilho (Rico Dalasam e Dinho Souza).

SERVIÇO

Todos os Gêneros

No Itaú Cultural

De 2 a 7 de abril de 2024 (terça-feira a domingo)

Entrada gratuita. As reservas de ingressos têm início sempre na quarta-feira da semana anterior às sessões, a partir das 12h, através plataforma INTI – acesso pelo site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br   

Última atualização em: 29 de junho de 2024 às 14:08

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