O solo Lótus, da atriz mineira Danielle Anatólio, faz últimas apresentações, de sexta (31/05) a domingo (02/06), no auditório do Sesc Ipiranga. Partindo da estética afrodiaspórica para problematizar a hipersexualização dos corpos negros femininos e com uma ampla pesquisa sobre a mulher negra como protagonista da cena e o corpo como vetor artístico, o trabalho recebeu o Prêmio Leda Maria Martins como espetáculo de longa duração em 2018.
“Neste espetáculo, falo não só das dores das mulheres pretas, mas também do lugar de superação, de transformação e de transcendência destas mulheres. Por isso, não abordo apenas a questão das violências e de todo o processo oriundo de um Brasil escravizado”, defende Danielle.
Na trama, a partir da pergunta-chave “O que você vê quando olha para uma mulher negra?”, o público encontra histórias tradicionalmente invisibilizadas pelo patriarcado subjacente. A peça resgata a beleza da vida em um contexto de solidão e hipersexualização, apontando caminhos de resistência para as mulheres.
Em cena, ao longo de 60 minutos, os espectadores são confrontados com três figuras femininas: a ancestral, a erê (criança) e uma mulher preta contemporânea. Um dos elementos fundamentais da narrativa é o altar criado para a montagem. Ele simboliza o contato com a espiritualidade, a solidão e a necessidade de uma rede de apoio para essas mulheres negras.
SERVIÇO
Lótus
Até 2 de junho de 2024, sexta, às 21h30, e sábado e domingo, às 18h30
Local: Auditório do Sesc Ipiranga – R. Bom Pastor, 822 – Ipiranga – São Paulo – SP
Ingresso: R$40 (inteira), R$20 (meia-entrada) e R$12 (credencial plena)
Link para a venda de ingressos: https://www.sescsp.org.br/programacao/lotus-4/
Classificação indicativa: 12 anos
Duração: 60 minutos