No palco, a vida ganha novos contornos. Sob as luzes da ribalta, histórias se entrelaçam, emoções se revelam e personagens ganham alma. No Dia do Teatro, comemorado no próximo dia 27 de março, três talentos da cena artística brasileira compartilham a importância dessa arte milenar em suas trajetórias: os atores Bárbara Reis, Raphael Najan e Gabriel Canella. Amigos dentro e fora dos palcos, eles relembram momentos marcantes de suas carreiras e antecipam um projeto inédito que promete agitar os palcos brasileiros.
O teatro como alicerce: primeiros passos e paixão pela arte
Para Bárbara, Raphael e Gabriel, o teatro não foi apenas uma escolha profissional, mas um chamado que ecoou desde cedo. Bárbara cresceu cercada por expressões artísticas e recorda sua primeira peça como um divisor de águas. “Foi como se, através daquela personagem, eu pudesse expressar tudo aquilo que, na vida, ficou sem resposta“, reflete. Sua paixão começou na infância, quando, aos 12 anos, ao ver sua irmã atuando, decidiu seguir o mesmo caminho. Sua estreia nos palcos aconteceu no Rio de Janeiro, onde iniciou sua trajetória artística.
Raphael, por sua vez, encontrou nos palcos um espaço de liberdade e descoberta. “O teatro muda paradigmas. A transformação foi tão profunda que abalou estruturas importantes da minha vida. Fui mordido pelo mosquito do teatro e nunca mais fui o mesmo“, conta. Como ator, atuou nas peças Neuróticos (2013) e Garota de Ipanema, além de ter trabalhado como diretor assistente na peça Deus (2025). Atualmente, se prepara para protagonizar Nós, Herdeiros, ao lado de Gabriel Canella, no segundo semestre deste ano.

Já Gabriel teve seu primeiro contato com a atuação na montagem de O Ateneu, adaptação de um clássico da literatura, o ator acredita que com essa montagem conseguiu entender muito dos ofícios, dedicação e disciplina que atores precisam ter ao subir no palco.
Marcos inesquecíveis: os trabalhos que definiram suas carreiras
Cada um dos três atores tem em sua trajetória peças que marcaram um antes e um depois. Para Bárbara, sua atuação em uma peça de Renata Mizrahi foi uma experiência transformadora, destaca a atriz que em 2010 interpretou a personagem Atira na peça.
Raphael lembra de sua estreia nos bastidores, que exigiu um cuidado redobrado. “O trabalho de direção exige atenção plena a cada detalhe. No palco, toda ação é lida, e conduzir a narrativa é um desafio constante”, afirma.

Já Gabriel cita Êxtase como um dos momentos mais marcantes de sua carreira. “Protagonizar ‘Êxtase’ foi um grande desafio e, ao mesmo tempo, uma experiência inesquecível. Estar em um texto premiado com o Shell de melhor texto, que já havia sido interpretado por atores como Caio Blat e Daniel Oliveira, trouxe uma enorme responsabilidade. Ter Walcyr Carrasco na estreia, ao lado de Marieta Severo e Glória Pires, tornou tudo ainda mais especial”, relembra.
O futuro em cena: um projeto em comum
Agora, os três amigos se preparam para um novo desafio: a peça inédita Nós, nos devoramos, escrita por Dani Pereira de Carvalho e protagonizada por eles. Ainda em fase de desenvolvimento, o projeto abordará o desejo como tema central. “É uma peça que nos provoca e nos instiga, e estamos muito empolgados para levá-la ao público”, antecipa Bárbara.
Raphael complementa: “É um privilégio criar ao lado de pessoas com quem você tem afinidade e admiração. Esse projeto tem um significado especial para nós”.
Para Canella, estar nesse projeto com amigos é um desafio maravilhoso. “A arte é, acima de tudo, um encontro de pessoas que querem provocar reflexão sobre a sociedade em que vivemos. Vejo isso muito no Raphael e na Bárbara. No teatro, costumamos dizer que alguns artistas têm ‘sangue azul’, e eles são desse time. O brilho nos olhos deles ao falar de arte me inspira e me faz querer estar junto nessa montagem”, destaca.
A importância do teatro na formação humana e artística
Além de suas carreiras individuais, os três são unânimes ao destacar o papel transformador do teatro. “Todo grande ator passou ou ainda faz teatro. É essa atriz que quero ser”, afirma Bárbara. Raphael acrescenta que o Teatro é a arte do encontro e do agora. Um viva aos encontros e vida eterna a essa arte tão potente!
Canella complementa que: “O teatro é uma arte generosa, onde um depende do outro. É também uma poderosa ferramenta de transformação, capaz de despertar reflexões e inspirar mudanças em uma sociedade que precisa ser mais justa”.
Um convite à reflexão e à ação
No Dia do Teatro, celebramos não apenas uma arte, mas um legado que atravessa gerações. Através das histórias de Bárbara Reis, Raphael Najan e Gabriel Canella, somos lembrados do poder transformador do palco e da capacidade de contar histórias que ecoam no tempo e no coração das pessoas.