Atualmente o talento de Sidney Santiago Kuanza pode ser visto mais uma vez na nova temporada de “Rensga Hits”, no Globoplay. O ator, que volta ao papel de Théo, que ao lado da irmã Thamires (Jeniffer Dias) formam uma dupla de cantores de sucesso, se prepara para novas nuances na história. Se no início da trama os dois dividiam os holofotes, a nova fase mostra a transformação de Théo, que vai ter que rebolar para se reaproximar de Thamires e provar que mudou para melhor.
“A relação dos irmãos ficou estremecida, pois descobrimos que o Théo ganhava mais do que a irmã, mostrando assim uma denúncia de racismo estrutural. Nessa nova fase há uma transformação radical dele. Temas como amor e paternidade vão aparecer. E tem também reaproximação dos gêmeos. Théo mudará radicalmente diante dos olhos do público. O fim da dupla e as consequências o fazem amadurecer na marra. A comédia e os encontros improváveis também fazem parte da trama”, explica.
Dividindo a cena, além de Jeniffer Dias, também com Fabiana Karla, que vive a mãe da dupla na trama, Kuanza ressalta o projeto “Rensga Hits” e a importância de projetos encabeçados por mulheres.
‘“Rensga Hits” é um projeto único, pela temática e pelo time de artistas envolvidos. Além de um elenco super afinado, tem uma frente de roteiristas que significam uma mudança no audiovisual brasileiro. Sobretudo a assinatura de diretoras mulheres e tendo como ponto de partida o protagonismo feminino. É um trabalho que me enche de alegrias, pois além de poder fazer um personagem muito distante do meu mundo, ele propõe encontros com um público que eu talvez nunca tivesse trabalhado. Isso é muito significativo”, comenta.
Na produção, ele, além de atuar, precisa cantar, e para isso contou com um time de profissionais que o ajudaram a se preparar para cantar o sertanejo, segmente principal da produção. “Foi um tempo de muita dedicação e aprendizados. O canto sertanejo existe uma fisicalidade e uma preparação de atleta. Tudo isso regado com grandes parcerias de trabalho. A preparação foi realizada pela Giz Santos, uma cantora e preparadora que tem um trabalho incrível”.
O canto de “Rensga Hits” ajudou Kuanza a se preparar para o seu novo trabalho. A partir de 1 de novembro ele poderá ser visto no teatro no espetáculo “Ray – Você não me conhece”, uma homenagem a Ray Charles. “É um projeto com direção de Rodrigo Portela. Cheguei nele através de um teste, após o projeto já ter sido iniciado. Além da homenagem, a montagem propõe ao público um mergulho na vida íntima do Ray Charles e traz personagens que foram fundamentais na trajetória deste herói”, explica Sidney sobre a peça que faz temporada no Teatro B32, São Paulo, até 17 de novembro.
O ator ainda fala da importância da homenagem ao músico, além de como a produção o fez conhecer mais sobre o artista e até o entender mais sobre a alma dele. “É um projeto bem inovador na minha trajetória como ator. E se torna especial, pois ele está sendo contado por um time de grandes artistas brasileiros. César Mello, Letícia Soares, Luci Salutes, Lu Vieira, Abraão Costa, Roberta Soares e Flávio Bauraqui, pessoas comprometidas com o teatro musical brasileiro. Que fazem dessa homenagem um rito único. Inicialmente não era fã de Ray Charles, apenas um admirador da música e da trajetória emblemática deste homem, depois dos estudos da peça me tornei fã da audácia, da coragem e do ativismo vital dele em torno da música”, revela.
Falando ainda sobre os trabalhos nos palcos, em 2024 Kuanza teve uma grata surpresa no teatro, ele foi indicado ao 34º Prêmio Shell de Teatro por sua atuação em “A Solidão do Feio”. “Foi uma surpresa, pois é um projeto autoral que levei 3 anos para realizar. Entre pesquisa, produção, ensaios e temporada. Ele sofreu muita recusa por parte de editais públicos e também de algumas instituições privadas. Cheguei a desisti dele, e fui reencorajado pela minha equipe. Então foi uma surpresa neste sentido ser indicado por um projeto desta esfera. Sou um ator do Movimento de Teatro Negro brasileiro, então geralmente estou em cartaz nas periferias dos grandes centros, em pequenos teatros, espaços alternativos e apostando na rua como uma localidade dos encontros cênicos. “A solidão do feio” também é um trabalho de um ator que encontra muitas dificuldades em ter trabalho, e sendo assim se auto produz para continuar existindo”, conclui.