Pensar em alternativas que tornem possível criar novos espaços de exposição e aumentem a visibilidade desses artistas ganha cada vez mais relevância, principalmente como um resgate cultural e o olhar anti colonial. Esse é, por exemplo, o objetivo da AFRO-ART – Feira de Arte Afro-Indígena. Realizada pela AfrontArt – Quilombo Digital de Arte, a primeira edição do evento acontece entre os dias 13 e 26 de janeiro, das 10h às 19h, na Cardume Artes Visuais – Rua do Bispo, 35, Pelourinho. Com entrada gratuita, a feira estimula o público a conhecer artistas contemporâneos da nova geração, a exemplo de Rafaela Kennedy, Emerson Rocha e Bernardo Conceição, que têm se destacado no cenário nacional e terão obras expostas e comercializadas no local.
Contribuindo para a comunidade tanto sob uma perspectiva sócio cultural quanto econômica, a AFRO-ART tem idealização e curadoria de Luana Kayodê, CEO da empresa, e Raína Biriba, co-fundadora e diretora executiva. “Quando tratamos de grandes galerias, menos de 4% dos artistas com obras expostas são negros; se falarmos de indígenas, os números são menores ainda. Nos meios tradicionais, há um racismo institucional muito presente. Então, nosso objetivo é oferecer um espaço para que esses artistas, jovens potências brasileiras, possam mostrar seu trabalho, agregando valor simbólico e comercial às suas obras. Queremos criar um espaço que democratize a arte, que exponha o trabalho de artistas com muito potencial e que tragam um novo olhar para as artes”, explica Luana Kayodê.
A AFRO-ART oportuniza artistas que em sua grande maioria não são representados por galerias. Será a chance de muitos que ainda não puderam mostrar seu trabalho estarem em um espaço de visibilidade, aberto ao público, dialogando sobre suas vivências, trocando experiências e, além disso, podendo agregar valor comercial e vender suas obras nesse novo circuito econômico das artes de Salvador.
Assim, a feira reúne cerca de 40 artistas de diversos segmentos, como fotografia, ilustração, escultura e pintura, com obras avaliadas entre R$ 3 mil e R$ 70 mil reais. Ao todo, o projeto visa movimentar um montante de 500 mil reais em venda de obras de arte, promovendo articulação, equidade, geração de renda e protagonismo aos artistas e profissionais envolvidos. A expectativa é que cerca de 3 mil pessoas visitem a Cardume Artes Visuais ao longo dos dias, conhecendo mais o trabalho de novos artistas brasileiros. Além da exposição e venda de obras de arte, o evento também traz rodas de conversa abertas ao público, permitindo um maior diálogo acerca das artes negras e indígenas, bem como a importância de sua representatividade.
O projeto tem patrocínio da Stella Artois e do Governo do Estado, através do Fazcultura, Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda, contemplada através do edital Fundo Bora Cultura Preta, em que a AMBEV, em parceria com a PretaHub, inaugura sua política afirmativa voltada ao empreendedorismo cultural e à economia criativa negra. A realização é da AfrontArt – Quilombo Digital de Arte.
SERVIÇO
[AFRO-ART – Feira de Arte Afro-Indígena]
Data: 13 a 26 de janeiro
Horário: aberto ao público das 10h às 19h
Local: Cardume Artes Visuais, Rua do Bispo, 35, Salvador
Programação: exposição e venda de obras de arte e rodas de conversa abertas ao público
Entrada gratuita