Na tarde da última sexta-feira (5), um dos maiores pianistas do país, o maestro, ator e pianista Laércio de Freitas, faleceu aos 83 anos, em São Paulo. Ele estava internado desde o final de junho com uma infecção nos rins no Hospital da Universidade de São Paulo. O corpo de Laércio foi velado e cremado sábado (6) no cemitério da Vila Alpina.
Laércio de Freitas tocava piano desde os anos 1950 em sua cidade natal de Campinas (SP). Formado em 1957 no tradicional Conservatório Carlos Gomes, o multiartista foi presença enriquecedora em shows e trabalhos de artistas como Martinho da Vila Elza Soares, Erasmo Carlos, Clara Nunes, Ivan Lins, César Costa Filho, Maria Bethânia, Ângela Maria, Wilson Simonal, Nancy Wilson, The Supremes, Emílio Santiago, Quarteto em Cy, Marcos Valle, entre outros nomes lendários da música.
Samba, bossa nova, coco, baião e xaxado faziam parte do domínio musical do maestro, que uniu sua profunda erudição com o conhecimento popular, fazendo do seu trabalho algo universal a quem aprecia boa música.
Após trabalhar como arranjador em alguns LPs de artistas brasileiros surgidos nos anos 60 e fazer turnê por Europa e Ásia, ele lançou seu primeiro disco em em 1972, o encantador “Laércio de Freitas e o som roceiro”. Pouco antes de abraçar a regência com paixão, em 1982, ele lançou “São Paulo no Balanço do Choro” (1980).
Quem não conhecia o rosto do talentoso maestro, teve a chance com suas participações como ator nas novelas Mulheres Apaixonadas e Viver a Vida.
Sua filha, Thalma de Freitas, também herdou os multi-talentos do pai, sendo uma conhecida atriz, cantora e compositora. Ela lamentou a morte do pai nas redes sociais e também a falha de muitas mídias negras em não repercutir essa perda para a nossa cultura, incluindo sendo uma falha deste site, que tem compromisso com pautas culturais, sobretudo de figuras eminentes negras.
