Um ator em um estúdio improvisado e uma equipe fazem o exercício ficcional de recriar fragmentos da trajetória da vida e obra do escritor Afonso Henrique de Lima Barreto. Desta forma, sem compromisso com a cronologia biográfica, o ator Sidney Santiago Kuanza dá vida ao solo performático “A Solidão do Feio” – indicado ao Prêmio Shell 2024 na categoria de Melhor Atuação.
A peça será apresentada em sessão única e gratuita na abertura da FLIPENHA – Festa Literária da Penha, que este ano homenageia Lima Barreto. O espetáculo acontece na terça-feira, 05 de novembro, às 20h.
Sob direção de Gabi Costa, o ator Sidney Santiago, que também assina a dramaturgia, o monólogo parte de um velório na parte externa do teatro, e passeia por diferentes gêneros teatrais, para dar contornos de herói nacional à Lima Barreto.
“Quando penso em Lima Barreto, penso em recontar a história de um homem insubmisso, que pensou o seu tempo e o seu país em profundidade”, afirma Sidney.
“A Solidão do Feio é o nosso diário aberto de possibilidades para a existência de Lima Barreto. É o nosso e-mail salvo em rascunhos, que sempre que é revisitado, abre uma nova porta”, explica a diretora.
O personagem, é contado em primeira pessoa com suas certezas, contradições e sonhos de futuro. O monólogo integra uma trilogia da Cia Os Crespos, intitulada “Masculinidade & Negritude”, que leva o legado político, artístico e cultural de homens negros aos palcos.
Assim como Lima Barreto, João Francisco dos Santos (Madame Satã), e Benjamim de Oliveira são os nomes escolhidos desta cartografia coordenada por Sidney Santiago Kuanza.
Projeto
“A Solidão do Feio” é parte de um projeto acerca dos estudos e reflexões sobre as masculinidades negras que, desde 2014, pesquisa os impactos do racismo na psique, afetividade e subjetividade de homens negros.