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“A Bailarina Fantasma” aponta apagamento da visibilidade de uma bailarina clássica negra a partir da escultura icônica de Degas 

Na peça-instalação, a bailarina brasileira Verônica Santos trava um diálogo íntimo com a dramaturga, Dione Carlos. Diante do público, elas elaboram um plano de vingança.
Degas tinha um grande interesse por bailarinas, representadas em mais da metade de suas duas mil obras, principalmente retratando membros do corpo de balé da Ópera de Paris. Ele pintava cenas no palco, ensaios e momentos de descanso. Na Ópera de Paris, Degas conheceu Marie van Goethem, uma estudante de balé de 13 anos, que serviu de modelo para a escultura "A Bailarina de 14 Anos", a única exposta por Degas em vida, em 1881. A obra recebeu críticas negativas, com o público associando sua aparência a algo animalesco e estranho, semelhante a um boneco de cera. Degas inovou ao misturar materiais como cera, cabelo real e tecidos, mostrando uma visão artística à frente de seu tempo. A escultura, considerada uma de suas mais famosas e influentes, teve 28 cópias em bronze feitas a partir do molde original e estão em importantes museus ao redor do mundo, como o Museu d'Orsay, em Paris, e o MASP, em São Paulo.

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Partindo da polêmica escultura ‘A Bailarina de 14 anos’, do pintor e escultor francês Edgar Degas (1834-1917), e das memórias da bailarina brasileira Verônica SantosDione Carlos criou a dramaturgia da peça-instalação “A Bailarina Fantasma”. A temporada de estreia começou dia 17 de outubro no Espaço Cênico Ademar Guerra, localizado no porão do CCSP – Centro Cultural São Paulo, e segue até 31 de outubro de 2024, com sessões às quartas e quintas, às 20h30, e, de sexta a domingo, às 18h e às 20h30. 

A peça destaca as violências físicas e simbólicas sofridas por Verônica em seu processo de formação em dança, bem como as tentativas de apagamento de sua visibilidade ao longo de sua carreira como bailarina clássica negra. A partir de um pensamento curatorial articulado por Fernando Gimenes, idealizador do projeto, foram reunidos profissionais com fortes traços autorais como Dione Carlos na dramaturgia, Wagner Antônio na encenação, Natália Nery na trilha sonora original executada ao vivo, além de Verônica Santos. O espetáculo revela, em uma peça-instalação, os bastidores do universo da dança clássica e da escultura que virou um marco na história da arte moderna.

“Com a mediação artística-psicanalítica de Rafael Costa no levantamento da minha biografia e de materiais para a composição da nossa dramaturgia, acessei muitas das minhas memórias. Voltamos para a minha infância e avançamos até o momento presente em que me encontro na melhor forma de me expressar”, conta Verônica.

Degas tinha um grande interesse por bailarinas, representadas em mais da metade de suas duas mil obras, principalmente retratando membros do corpo de balé da Ópera de Paris. Ele pintava cenas no palco, ensaios e momentos de descanso. Na Ópera de Paris, Degas conheceu Marie van Goethem, uma estudante de balé de 13 anos, que serviu de modelo para a escultura “A Bailarina de 14 Anos”, a única exposta por Degas em vida, em 1881. A obra recebeu críticas negativas, com o público associando sua aparência a algo animalesco e estranho, semelhante a um boneco de cera.

Degas inovou ao misturar materiais como cera, cabelo real e tecidos, mostrando uma visão artística à frente de seu tempo. A escultura, considerada uma de suas mais famosas e influentes, teve 28 cópias em bronze feitas a partir do molde original e estão em importantes museus ao redor do mundo, como o Museu d’Orsay, em Paris, e o MASP, em São Paulo.

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Última atualização em: 23 de outubro de 2024 às 9:37

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