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“Wicked” a abraça magia, musical e reflexão sobre preconceito em filme tomado pelo carisma de Ariana Grande e a grandeza de Cynthia Erivo

"Wicked" a abraça magia, musical e reflexão sobre preconceito em filme tomado pelo carisma de Ariana Grande e a grandeza de Cynthia Erivo

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Nunca tive oportunidade de assistir ao musical Wicked, mas durante as sessões para a imprensa, foi possível perceber que o amor dos entusiastas pela produção rivaliza com os fãs de filmes Marvel. Mesmo em uma exibição que em geral é mais silenciosa, foi possível ouvir os mais animados cantando as canções e um mais afoito batendo as pernas na minha.

Wicked se inspira no mundo de O Mágico de Oz, mostrando o ponto de vista de personagens secundários na obra original, o que é sempre bem-vindo. O livro Wicked: The Life and Times of the Wicked Witch of the West (1995), escrito por Gregory Maguire fez tanto sucesso que ganhou um musical da Broadway em 2003, se tornando fenômeno de público e aclamado pela crítica.

No livro O Lado Sombrio dos Contos de Fada, de Karen Hueck, abordagens menos pintadas pelas cores vivas da Disney mostram que as origens de muitos dos contos de fadas conhecidos por gerações de crianças, são bem menos fáceis de digerir do que supomos. É se equilibrando entre o afável e a releitura sombria que se encontra o longa dirigido por Jon M. Chu.

"Wicked" a abraça magia, musical e reflexão sobre preconceito em filme tomado pelo carisma de Ariana Grande e a grandeza de Cynthia Erivo
Universal Pictures

Na Terra de Oz, a jovem chamada Elphaba (Cynthia Erivo) nasce com a pele completamente verde, tornando-se pária dentro da própria família e dos moradores de Oz. Ao ingressar numa escola de feitiços, acaba tendo de dividir o quarto com Glinda (Ariana Grande), uma estudante que é praticamente sua nêmesis em termos de personalidade. 

É simplesmente incrível a condução da relação entre as duas personagens. Não há pressa nenhuma em construir ambas as personalidades. Embora opostas, a direção foge de fazer o jogo mocinha e vilã, tentando forçar antipatia por uma das personagens. Também merece destaque o magnífico trabalho das atrizes: o magnetismo parte de ambas as protagonistas, tanto nas bem conduzidas cenas musicais, quanto nas interações faladas.

Aos que possuem resistência aos musicais, pouco há a se dizer senão que estão perdendo uma aula de como conduzir um. As performances vocais impressionam em todas as canções, mas sobretudo, as músicas não são despejadas para encher a duração do filme, mas fazem parte da costura íntima que liga Elphaba, Glinda e o próprio público. É através das canções que podemos ver um pouco da máscara narcisista de Glinda caindo, assim como a sensibilidade de Elphaba se mostrando em seu esplendor. As composições são tão brilhantes quanto a estrada de tijolos amarelos construída pelo Mágico.

Cynthia Erivo e Ariana Grande compreenderam suas personagens e flutuam naturalmente nas camadas que cada uma oferece. Difícil não se deixar cativar pelo olhar de Erivo a cada vez que segura uma lágrima diante do julgamento alheio ou se divertir com os grandes olhos de Ariana tentando emular uma bondade que claramente é ambígua.

O humor, construído a partir de uma estrutura que abraça conflitos de tramas colegiais, funciona naturalmente. Risadas fáceis são tiradas a partir de pequenas expressões ou comédias de situação que se aproveitam bastante do bom timing cômico das atrizes principais e dos atores coadjuvantes.

O destaque maior fica para Cynthia Erivo. Nada mais simbólico que uma mulher preta encarnar o alvo de um filme que tem o preconceito de cor como centro de sua mensagem. Erivo é Elphaba em plenitude e a energia disso pode ser sentida na potência, extensão vocal e letra cantada pela atriz. Aceitação, auto-ódio, enfrentamento, resignação e ódio. O olhar de Erivo explicita cada sentimento a cada segundo da projeção.

Oz não suporta a diferença. O mundo do Mágico só sobrevive em sua “perfeição” se for através da pasteurização imagética de seus moradores. Essa constatação pode afastar os temerosos da temida “lacração”, afinal, “Narciso acha feio o que não é espelho”.

A diretora de fotografia Alice Brooks (tick, tick… BOOM!) ajuda a construir um mundo colorido e fashion junto a designer de produção Nathan Crowley (Wonka) e do figurinista Paul Tazewell (Amor, Sublime Amor). O moderno e o antigo transformam essa Oz em algo palpável para 2024, mas não menos lúdico, não menos especial. Não existe nenhum constrangimento em abraçar a magia aqui.

Wicked é um musical que abraça o gênero com força, se escorando, não apenas no farto orçamento de $145 milhões que proporcionou cenários luxuosos, mas em suas protagonistas, sobretudo na presença preciosa e visceral de Cynthia Erivo, que entendeu a mensagem que o canto de Elphaba significa.

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Última atualização em: 21 de novembro de 2024 às 14:41

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