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“Nosferatu“ é uma pequena obra-prima gótica e onírica sobre obssessão, traumas e desejo de sangue; Uma pérola!

Hutter (Nicholas Hoult) em busca de melhores condições de vida, aceita ir para uma terra distante e sombria fechar a venda de uma casa para o misterioso Conde Orlok (Bill Skarsgård), um vampiro que possui um amor doentio Ellen (Lily-Rose Depp), a esposa do vendedor
“Nosferatu“ é uma pequena obra-prima gótica e onírica sobre obssessão, traumas e desejo de sangue; Uma pérola!

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O remake de “Nosferatu“, atualizado por Robert Eggers, diretor de “A Bruxa” (2015), “O Farol” (2019) e “O Homem do Norte” (2022), chegou nesta quinta-feira (2) aos cinemas brasileiros, trazendo horror gótico de altíssimo valor de entretenimento, renovando a história de amor distorcida entre o algoz vampiro e sua vítima atormentada.

Situada na Alemanha de 1837, a narrativa abraça sem medo o ocultismo, referências da tradição cigana e faz até mesmo o uso do dialeto dácio, misturando tudo ao apelo sexual que não joga sua protagonista num limbo de pasividade, mas sim de autonomia e resistência diante do magnético terror que vem lhe buscar. “Nosferatu” é sobre obsessão sem limite e o quanto de sangue pode ser derramado para concretizar um desejo. 

O Nosferatu que estrelou o clássico de 1922 conseguiu ser a cópia mais bem-sucedida do “Drácula de Bram Stoker”. Uma versão, feita em 1979, conservou a qualidade, mais doses bem-vindas de poesia, sendo também aclamado pelos fãs do personagem. Na nova  versão, o material de origem se mantém praticamente o mesmo. Hutter (Nicholas Hoult) em busca de melhores condições de vida, aceita ir para uma terra distante e sombria fechar a venda de uma casa para o misterioso Conde Orlok (Bill Skarsgård), um vampiro que possui um amor doentio Ellen (Lily-Rose Depp), a esposa do vendedor. Edgers escolhe uma ambientação fascinante e assustadora, atraindo tanto seus personagens quanto o público para a curiosidade de desvendar o desconhecido. A tensão  crescente e sem pressa é refletida nas próprias atitudes de Hutter em tentar desvendar a misteriosa criatura antes de reconhecer o perigo imediato que está correndo com sua família.

“Nosferatu“ é uma pequena obra-prima gótica e onírica sobre obssessão, traumas e desejo de sangue; Uma pérola!

Edgers acerta ao não tentar modernizar as locações, evitando trazer o personagem para a contemporaneidade. A viagem estética nos convida a ter um vislumbre do que foi o expressionismo alemão do início do século XX, tornando cada cômodo, cada rua, cada casa, um personagem crucial para a contação da história.

Os pesadelos de Ellen são agonizantes, claustrofóbicos. A distância de seu amado Hutter é o laço desfeito que desencadeia sua loucura latente. Lily Depp se sai bem transitando entre a perturbação mental e a tentativa da vã serenidade. O filme ousa em questionar a origem do mal. Ellen trouxe o mal? Ela é apenas uma vítima de algo antigo na história da humanidade ou cúmplice do próprio sofrimento e de seus próximos? A atriz não prejudica, mas certamente seria interessante ver um nome com mais capacidade dramática tomando conta da personagem.

Hoult, sempre entrega bons trabalhos e tem ganhado aos poucos o espaço que merece em Hollywood. A força e a fragilidade de seu personagem se equilibram numa atuação competente, que entrega o que a narrativa pede, sem histrionismo ou contenção acima do necessário para cada cena em que participa.

Mas o brilho fica mesmo por conta de Bill Skarsgård. O ator surge irreconhecivelmente brilhante na figura do tenebroso Conde Orlok, com voz e trejeitos que se não fosse a confirmação dele como o personagem, seria impossível saber quem está por trás do monstro.

Esse é o Nosferatu mais expressivo entre todas as versões. Um cadáver putrefato, de barba imunda, andando sem roupa com seu corpo ávido por sangue emulando sexo quando bebe de suas vítimas, sendo elas homens ou mulheres.

Para o fã casual de filmes de terror, que espera sustos fáceis e música alta anunciando o momento de gritar, vai se decepcionar com o caminhar sem pressa do longa. As subtramas que envolvem o casal amigo dos protagonistas são interessantes e chocante, ao mesmo tempo que enriquecem o background do casal principal. Emma Corrin e Aaron Taylor Johnson, atuando como Anna e Friedrich, servem como exemplo de família bem-sucedida que está prestes a ser arrastada para os horrendos eventos trazidos pelo turbilhão emocional de Ellen no enfrentamento do mal.

Edgers não abre mão de seus maneirismos e de sua assinatura, provavelmente agradando quem o acompanhou em “A Bruxa” e no onírico “O Farol” O apetite grotesco e insaciável de Orlok perturba e mata, e como um perseguidor implacável, vai parar somente quando atingir seu objetivo. Edgers explora a implacabilidade de sua criatura com primor, entregando uma pérola cinematográfica gótica da melhor qualidade, que já pode figurar facilmente entre as melhores obras sobre mitologia vampiresca.

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Última atualização em: 3 de janeiro de 2025 às 13:04

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