fbpx

Publicidade

“Mufasa: O Rei Leão” conta história original interessante, mas ainda falta algo

"Mufasa: O Rei Leão" conta história original interessante, mas ainda falta algo

Publicidade

A versão computadorizada e realista do clássico de 1994, “O Rei Leão” (2019) fez um sucesso avassalador, abocanhando mais de US$ 1,6 bilhão nas bilheterias. Nem as críticas negativas com relação à falta de expressões dos animais hiper-realistas impediu os antigos e novos fãs de ir ao cinema.

A sequência, “Mufasa: O Rei Leão”, já está em cartaz nos cinemas e conta com o respiro de não precisar cumprir a expectativa que a refilmagem de um clássico trás. Sem esse peso a carregar, o filme dirigido por Barry Jenkins (“Moonlight” e “Se a Rua Beale Falasse”) supera em todos os aspectos seu predecessor, contando uma nova história, de forma mais cativante e sem as amarras que castraram a desnecessária continuação de cinco anos antes.

Mufasa, um filhote órfão, perdido e sozinho, conhece um simpático leão chamado Taka, herdeiro de uma linhagem real. O encontro é decisivo para a ascensão de um dos maiores reis das Terras do Orgulho e também de um dos seus maiores algozes.

“Mufasa” consegue corrigir, em partes, um erro de “O Rei Leão”, ao conferir mais expressão aos animais, recuperando parte do lúdico perdido, embora ainda longe do satisfatório. Ainda com esse avanço estético, é difícil não se pegar com a impressão de que se está diante de um documentário do reino animal. Não fosse a impossível amizade entre predadores e presas, isso seria mais comum.

A narrativa do longa perde bastante ritmo ao insistir em acompanhar as piadas sem graça de Timão e Pumba. Fator deslocado do resto da trama, que traz arcos dramáticos, emocionantes e muito mais interessantes. Possivelmente não foi escolha do diretor, mas do medo dos estúdios de tirar traços de familiaridade para o público.

Conhecer o passado do pai de Simba é uma experiência fantástica, mas que ganharia mais carisma sem o fotorrealismo. 

Do ponto de vista narrativo, a história é eficiente em desenvolver a trajetória de criação e rompimento de um laço fraterno que afetaria a vida da Terra do Orgulho. Apostando numa história original, Barry Jenkins confere parte de sua já conhecida sensibilidade à história, ainda que com óbvia mão interferente da Disney.

Entender Mufasa como um Rei sem sangue azul, que conquistou seu posto por merecimento, aplica camadas de nuances muito bem-vindas ao personagem. Também é muito eficiente a construção de Taka como parceiro e eventual nêmesis do futuro rei. Se tirassem o tempo de tela de Timão e Pumba, o desenvolvimento da história dos dois irmãos seria muito melhor explorado, evitando a corrida final para apresentar o desfecho e revelar a identidade de Taka.

Há uma passagem em que Mufasa faz um discurso estilo coach para centenas de animais e é um tanto difícil manter a suspensão de descrença com ele se dirigindo às zebras e búfalos como iguais e capaz de conviver exatamente no mesmo vale sem um devorar o outro. Claro, é uma fantasia, mas é justamente a aplicação técnica do realismo visual que não combina com esse tipo de discurso.

Mufasa se torna um personagem infinitamente melhor nesse longa. Mesmo vacilante em alguns momentos, “Mufasa – O Rei Leão” é uma experiência divertida e superior a “O Rei Leão”. Nem sempre o amor fraterno consegue superar tudo.

Publicidade

Última atualização em: 30 de dezembro de 2024 às 10:25

Compartilhe :

Facebook
Twitter
LinkedIn
Telegram
WhatsApp

Deixe um comentário

Área para Anúncios

Seus anúncios aqui (área 365 x 300)

Publicidade

Matérias Relacionadas

Se inscreva na nossa Newsletter 🔥

Receba semanalmente no seu e-mail as notícias e destaques que estão em alta no nosso portal

Categorias

Publicidade

Links Patrocinados