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Denzel Washington surge brilhante em “Gladiador 2” e filme se sai bem como espetáculo visual e entretenimento de primeira linha

Denzel Washington surge brilhante em "Gladiador 2" e filme se sai bem como espetáculo visual e entretenimento de primeira linha

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“Gladiador” (2000), estrelado por Russel Crowe, é um dos filmes mais redondos do nem sempre unânime Ridley Scott. Na onda de remakes e sequências em que Hollywood tem surfado, o velhinho, criador de clássicos como “Alien – O Oitavo Passageiro” e “Blade Runner”, entrega “Gladiador 2” com direção solta, divertida, quase como se fosse uma aula para a indústria de como se faz uma sequência.

Hanno (Paul Mescal) tem sua terra, Numídia, norte da África, conquistada pelos severos e descerebrados Imperadores Gêmeos de Roma (Joseph Quinn e Fred Hechinger) e, como escravizado, deve entrar no Coliseu como Gladiador para se vingar do General Marcus Acacius (Pedro Pascal), que deu a ordem para a morte de sua amada no campo de batalha.

Sim, é praticamente uma refilmagem do primeiro, mas isso passa longe de ser um defeito, como acontece com outras franquias (alô Star Wars!). Ridley Scott tinha o desafio de comandar a sequência de um filme cinco vezes oscarizado sem deixar que a obra virasse uma caricatura, e bem, o longa faz jus ao espetáculo que foi o primeiro.

Paul Mescal, em ascensão na carreira e já provado em seu talento dramático em filmes como “Aftersun” e “A Filha Perdida”, não consegue chegar perto do carisma do Maximus Decimus de Russel Crowe, mas alcança a imponência necessária para convencer como um guerreiro habilidoso e potencial líder (embora essa liderança nunca se alcance de fato). Falta algum charme ao ator para que convença plenamente como uma figura digna de guiar uma mudança drástica dentro do maior império da Terra. Claro, isso a partir da inevitável comparação com o filme antecessor e seu protagonista, mas ainda assim, o irlandês segura bem as pontas.

Denzel Washington surge brilhante em "Gladiador 2" e filme se sai bem como espetáculo visual e entretenimento de primeira linha

Uma nota baixa a se citar fica por conta de Joseph Quinn e Fred Hechinger como os esquisitos e sedentos de sangue gêmeos. Não pelas competências dos atores, mas pela ausência de objetivo dos personagens. É possível entender a caricatura proposta, (ficam bem aquém do imperador Commodus de Joaquin Phoenix) mas não convencem como ameaça, ainda mais comparados ao verdadeiro vilão da trama, vivido por Denzel Washington e até mesmo do General Acacius, de Pedro Pascal, que consegue despertar a empatia do público desde que surge em tela.

Agora, se há uma razão para essa sequência existir, sem dúvida é ver Denzel Washington sendo deliciosamente brilhante. O veterano está mais que à vontade como o charmoso, inteligente e impetuoso  Macrinus, proprietário de gladiadores que compra Hanno. Brinco na orelha, anéis e correntes de ouro, uma capa esvoaçante e o sorriso indefectível são parte da indumentária do antagonista que ansia pelo poder. 

Em nenhum momento o entusiasmo de Washington resvala em caricatura. Há momentos de afetação necessários, assim como de contenção. Denzel passeia com a habilidade de praxe por todas as nuances do texto de seu personagem e ofusca o protagonista, roubando o filme para si, sendo o maior chamariz para sentar na cadeira do cinema e acompanhar as 2h30 de “Gladiador 2”.

A trama política, envolvendo Lucilla (Connie Nielsen), Acacius, e Macrinus, é mais aprofundada que no primeiro filme. A busca por uma”Roma dos Sonhos” permeia as motivações de todos, ainda que haja divergência sobre a possibilidade de realização desse sonho. A tirania sempre consegue distrair o povo com amenidades, enquanto novos ditadores ascendem por trás do espetáculo. Se o sonho de Maximus não está órfão, as ambições e sede de vingança de homens como Macrinus, também não dormem.

Macrinus deseja ver a queda de Roma e embora o personagem seja posto como antagonista, o roteiro pouco se esforça para que haja qualquer torcida pelo império, tomado de fome e shows sem sentido de pessoas sendo jogadas ao abate. A narrativa ganharia se colocasse algum escopo psicológico mais complexo nos imperadores, mas sendo apenas crianças com muito poder nas mãos, não é difícil se pegar quase simpatizando pelas artimanhas do personagem defendido por Denzel.

Ridley Scott, aos 86 anos, comanda as cenas de ação com maestria e energia faltantes a muitos diretores jovens. A sequência inicial, com bolas de fogo cortando o céu, e a tensão pré-invasão servindo como prenúncio do que viria, é, com perdão do clichê, puro suco do entretenimento.

As lutas seguem bem coreografadas, mas as doses de sangue se multiplicam. Cabeças e membros são mutilados sem censura, o que agradará alguns e parecerá gratuito a outros. Particularmente, acredito que a violência serve à narrativa e torna divertida a jornada.

Algo um tanto decepcionante é a utilização do CGI. 24 anos depois do primeiro filme, é injustificável a artificialidade de algumas passagens envolvendo animais computadorizados. Bola fora da produção, mas que não chega a arranhar a boa diversão.

“Gladiador 2” é entretenimento de primeira linha, sobretudo na direção vigorosa de Scott e ainda mais na brilhante e enigmática presença de Denzel Washington.

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Última atualização em: 19 de novembro de 2024 às 15:41

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