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Fim da moderação de conteúdos pelo Grupo Meta representa um grande retrocesso no combate ao preconceito e aumenta a vulnerabilidade das minorias

Alcione Balbino, consultora e mentora em Diversidade, fala sobre a decisão apresentada por Mark Zuckerberg no começo desta semana
Fim da moderação de conteúdos pelo Grupo Meta representa um grande retrocesso no combate ao preconceito e aumenta a vulnerabilidade das minorias

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Recentemente o Grupo Meta – detentor do Facebook, Instagram e Whatsapp, anunciou sua decisão em encerrar os programas de moderação de conteúdo e checagem de fatos em todas as suas plataformas. Tal decisão vem gerando – com razão – forte comoção e tem sido, desde então, tema de discussão em diferentes grupos. Para a especialista em Diversidade e Inclusão, Alcione Balbino, essa medida é mais um retrocesso na luta contra o preconceito e agravará ainda mais a vulnerabilidade das minorias no ambiente digital.

“A ausência de moderação abre espaço para o aumento da disseminação de discursos de ódio, das falas racistas, das atitudes homofóbicas e das muitas outras formas de discriminação. A minoria já se sente excluída dentro e fora do ambiente digital e agora precisa se preparar para mais uma forma de violência”, diz Alcione Balbino, com mais de 20 anos de experiência no mercado corporativo e, ela mesma, mulher preta retinta que lida há anos com o preconceito.

“Uma das falas sobre o cancelamento da moderação é respeitar a liberdade de expressão. No entanto, o Grupo meta parece não entender que a liberdade de expressão de uma pessoa se encerra no momento em que começa a liberdade da outra pessoa. Que respeito à liberdade de expressão é essa, que coloca uma minoria (que na verdade é bem expressiva em números) vulnerável a discursos de ódio e incentivo à violência?”, pondera a especialista.

Fim da moderação de conteúdos pelo Grupo Meta representa um grande retrocesso no combate ao preconceito e aumenta a vulnerabilidade das minorias



Muitos estudos conduzidos em universidades renomadas dentro e fora do Brasil já apontaram que a presença dos chamados “conteúdos tóxicos” nas redes sociais impactam diretamente na saúde mental dos usuários, principalmente daqueles que pertencem às minorias. Para Alcione, a decisão do Grupo Meta contraria o compromisso global assumido por muitas corporações para a promoção de discussões inclusivas, de ambientes seguros e que protejam os direitos humanos. “A decisão do grupo meta representa muitos passos para trás no que tange a responsabilidade de empresas de tecnologia no combate à desinformação e violência virtual. Essa atitude do Meta com certeza vai impactar na saúde mental dos usuários, incluindo aqui crianças, jovens e adolescentes, que vão ter acesso a conteúdos inapropriados. Essa decisão pode, inclusive, fazer aumentar números de autolesão e suicídio. O impacto vai muito além de palavras de ódio destiladas em um post”, explica Alcione.

Para a consultora, é importante esclarecer que a decisão do Meta é algo que cabe atenção das empresas em geral, porque caberá a cada uma delas promover a inclusão e diversidade em seus canais. “Empresas que deixavam de se posicionar a respeito do preconceito em todas as suas esferas agora precisam participar ativamente no sentido de engajar e educar as suas comunidades – dentro e fora da internet – para que seus membros ajam de forma responsável. O trabalho deixa de ser do Grupo Meta e precisará ser dentro de cada corporação”, diz ela.

“A minha expectativa agora é entender como será o comportamento do jurídico brasileiro, uma vez que nos país, racismo é um crime com punição prevista em lei. Hoje, sabemos, que a lei ainda é pouco aplicada e não deixo de ter esperança que tal retrocesso proposto pelo Meta possa, de alguma maneira, servir como avanço para um maior rigor na aplicação das leis antirracistas”,completa Alcione, que finaliza: “Cada um de nós é, agora, ainda mais responsável por aquilo que escreve em uma rede social. E cabe a nós, também, como sociedade, não apenas pedir regulamentações que sejam cumpridas, mas pressionar as plataformas para que elas revejam sua política de controle de conteúdo. A decisão do Meta não afeta apenas as minorias, mas coloca em vulnerabilidade todos nós e nós temos direito à segurança online”.

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Última atualização em: 12 de janeiro de 2025 às 20:52

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