O policial militar Vinicius de Lima Britto, assassino que executou pelas costas um jovem negro em frente a um mercado Oxxo na Zona Sul de São Paulo em 3 de novembro, com 11 tiros, teve a prisão decretada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo nesta quinta-feira (5).
Na decisão, a juíza Michelle Porto de Medeiros Cunha Carreiro, da 5ª Vara do Júri, justifica que “as circunstâncias da infração, em especial diante da quantidade de disparos efetuada em via pública, são indicativas da periculosidade do agente” e que sua prisão é “garantia de ordem pública”.
“Sua conduta, ainda que inserida em contexto de coibição de crime patrimonial (praticado sem violência ou grave ameaça à pessoa, diga-se), excedeu em muito os limites de sua atividade, em flagrante deturpação da finalidade da Polícia Militar”, complementa a magistrada.
O criminoso foi reprovado no exame psicológico do concurso da Polícia Militar em 2021 quando tentou ingressar na corporação pela primeira vez. Ele não passou nos critérios ‘relacionamento interpessoal adequado’; capacidade de liderança; descontrole emocional.
A informação foi divulgada inicialmente pelo site “O Joio e O Trigo” e confirmada por fontes do g1 e da GloboNews.
Autor do pedido de prisão, o Ministério Público argumentou que “está provada a existência do crime e existem indícios suficientes de autoria” e ressalta que a liberdade do acusado “põe em risco a ordem pública e prejudicará a instrução processual”, que é a fase em que são colhidos depoimentos e coletadas provas, pois poderá deixar as testemunhas com medo de falar.
Afirma ainda que o PM “praticou homicídio qualificado” e “efetuou diversos disparos contra a vítima pelas costas, que estava completamente desarmada e indefesa. Indicando, portanto, dolo exacerbado e brutalidade na prática do delito por ele intentado”.